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Parte dos meios aéreos não utiliza agentes extintores no combate ao fogo

08 de agosto de 2018 às 21:56

Patrícia Gaspar, da Autoridade Nacional de Protecção Civil, referiu que "parte destes meios não estão a operar directamente nas bases de origem".

Parte dos meios aéreos não estão a utilizar os agentes extintores (espumíferos) no combate ao incêndio em Monchique, disse esta quarta-feira a 2.ª comandante nacional operacional adjunta da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

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Foto: Filipe Farinha/Lusa
Incêndio Monchique
Foto: LUSA / MIGUEL A. LOPES
Incêndio Monchique
Foto: LUSA / MIGUEL A. LOPES

"O que se está a verificar aqui [Monchique] é que parte destes meios não estão a operar directamente nas bases de origem, para que fiquem mais perto do incêndio, e quando esse produto se esgota, nem sempre é possível reabastecer os aviões com o agente extintor para as missões seguintes", indicou Patrícia Gaspar.

A 2.ª comandante nacional operacional da ANPC falava aos jornalistas no encontro com a comunicação social, onde efectuou o ponto da situação operacional do incêndio que lavra há seis dias em Monchique e que se estendeu já aos concelhos de Portimão e de Silves, no Algarve.

De acordo com Patrícia Gaspar, os agentes extintores (espumíferos) existem nas bases onde os meios aéreos estão sedeados e a operar, "dando o carregamento para um determinado número de descargas".

"Este ano, efectivamente, os espumíferos integram a capacidade de extinção que integram o nosso dispositivo [de combate aos fogos]" esclareceu Patrícia Gaspar, acrescentando que a contratualização do produto extintor destina-se apenas a abastecer "os aviões" e não os helicópteros.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) já tinha confirmado, em resposta a questões da Lusa, que "os aviões que estão a ser empregues no combate ao incêndio rural de Monchique estão a carregar espumífero".

O especialista em incêndios florestais Xavier Viegas tinha defendido a utilização de produtos químicos no combate ao incêndio de Monchique para evitar reacendimentos, lembrando que os reacendimentos "estão identificados como um dos grandes problemas, que depois dão origem a incêndios ainda piores".

Também os bombeiros vieram criticar que não se estivesse a utilizar essa ferramenta, mas a ANPC garante que o Estado contratou aviões anfíbios -- médios e pesados -- que "utilizam espumífero certificado nas missões que realizam a partir da sua base de origem".

No comunicado enviado para as redacções, a ANPC explica que "o espumífero faz parte das obrigações contratuais, sendo fornecido pelas empresas contratadas que operam estes aviões".

Segundo a ANPC, em cada descolagem, um avião médio Fireboss carrega 70 litros de espumífero, que dá em média para 15 descargas, e cada avião pesado Canadair carrega cerca de 300 litros que dá aproximadamente 12 descargas.

Já o mesmo não acontece com os helicópteros, que não utilizam produtos químicos para retardar o fogo, uma vez que tal reduziria "a capacidade de transporte de elementos operacionais", explica a ANPC.

A ANPC explica, em comunicado, que os 40 helicópteros de ataque inicial "não usam espumífero por ficar reduzida a sua capacidade de transporte de elementos operacionais a bordo".

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