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Obelisco de 600 mil euros de Isaltino tem um erro ortográfico

Diogo Barreto 29 de abril de 2021 às 22:20

A inscrição na placa aos pés do obelisco, inaugurado esta semana, tem um erro ortográfico na palavra "lazer".

Foi inaugurado esta semana um obelisco de 17,59 metros em Oeiras. O preço desta obra encomendada ao escultor Júlio Quaresma foi de 600 mil euros e a placa que identifica o mesmo tem um erro ortográfico na palavra "lazer".

A denúncia surge num tweet publicado esta quinta-feira. Um vídeo publicado naquela rede social mostra a placa aos pés do monumento e onde se pode ler: "defesa deste espaço de cultura e laser", em vez de "lazer".


O monumento está no Parque dos Poetas e chama-se Obelisco do Tempo,

De acordo com a Câmara Municipal, o monumento "é uma estrutura de secção quadrangular rematada por um topo piramidal, cuja génese remonta à época do antigo Egito e servia a função de 'furar as nuvens, atuando como polo de atração da energia celeste, fazendo a ligação desta à Terra'" e pretende "homenagear os poetas, os escultores e os mecenas do Parque".

Como a SÁBADO noticiou a 13 de agosto, a encomenda do obelisco não foi fiscalizada pelo Tribunal de Contas por uma razão: "O contrato foi objeto de decisão no passado dia 27 de julho ('Não sujeito a visto') face ao novo limiar decorrente da alteração do artigo 48.º da Lei de Organização e Processo do Tribunal de Contas, que estabelece os 750 mil euros como valor acima do qual haverá obrigação de sujeição a fiscalização prévia", segundo esclareceu à SÁBADO fonte oficial do tribunal.

A referida lei foi alterada com o Orçamento Suplementar de 2020, aprovado em junho. O limite passou de 350 mil euros para 750 mil euros. Ou seja, tudo o que esteja abaixo de 750 mil euros não carece de fiscalização prévia do Tribunal de Contas. O pedido de aumento deste teto terá saído do próprio Tribunal de Contas, cujo presidente, Vítor Caldeira, revelou em junho em entrevista ao Expresso que era necessária uma atualização e que o tribunal deveria focar-se nos grandes investimentos.

No caso do obelisco de Oeiras, o Tribunal de Contas iria verificar a legalidade do contrato e o cabimento orçamental. "Sem o visto do Tribunal não pode haver a lugar a pagamentos", referiu a entidade à SÁBADO. Não havendo sequer fiscalização prévia, estava aberta a porta para esta nova mega escultura no Parque dos Poetas, inaugurada agora.

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