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Detidos em rede de auxílio à imigração ilegal sobe para 16

Lusa 19 de novembro de 2025 às 12:08

Entre os detidos estão sete empresários, uma advogada e uma funcionária do ministério dos Negócios Estrangeiros.

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta quarta-feira a detenção de duas mulheres, de 40 e 54 anos, funcionárias administrativas de uma Unidade de Saúde Familiar (USF), por suspeita de inscrição fraudulenta de imigrantes no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Hulk", traficante do PCC, é detido pela PJ em Cascais, Lisboa Alexandre Azevedo/Sábado
As detenções hoje divulgadas reportam a mais uma fase da chamada operação “Gambérria”, liderada pela Diretoria do Centro da PJ e revelada no dia 07 de maio, quando foi desmantelado um grupo criminoso organizado que se dedicaria à prática reiterada de crimes de auxílio à imigração ilegal, associação de auxílio à imigração ilegal, corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. A fase da operação que agora levou à detenção das duas funcionárias inclui, segundo um comunicado da PJ enviado à agência Lusa, uma busca à USF onde as suspeitas exerciam funções, tendo sido apreendido “um enorme acervo de documentação utilizada em processos de atribuição de forma indevida de números de utentes, que, inequivocamente, correlacionam as detidas com a prática, entre outros, dos crimes de corrupção passiva, associação de auxílio à imigração ilegal e falsidade informática”. Na nota, a PJ vincou que a obtenção do Número Nacional de Utente “representa a consolidação do processo de legalização em território nacional e a garantia de assistência médica através do SNS”. Com mais estas duas detenções subiram para 16 os detidos da operação “Gambérria”, entre os quais sete empresários, uma advogada e uma funcionária da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo sido constituídas arguidas outras 26 pessoas. De acordo com a PJ, as duas funcionárias da USF foram detidas em cumprimento de mandados de detenção emitidos pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Coimbra e “serão oportunamente presentes” ao Tribunal Central de Instrução Criminal para aplicação de eventuais medidas de coação. Revelada em 7 de maio, a operação “Gambérria” reuniu, nessa data, cerca de 200 elementos da Polícia Judiciária, dois juízes, uma procuradora da República e representantes da Ordem dos Advogados, tendo sido detidas 13 pessoas, sete homens e seis mulheres, e realizadas 40 buscas domiciliárias e não domiciliárias em Coimbra, Espinho, Carregal do Sal, Amadora, Odivelas, Loures e Lisboa. A investigação em curso, considerada complexa pela PJ, foi iniciada em setembro de 2023, há mais de dois anos, visando um grupo criminoso, suspeito de se dedicar à “legalização irregular e massiva de cidadãos estrangeiros em Portugal, obtendo proventos financeiros na ordem dos milhões de euros”. Posteriormente, em 2 de outubro, foi detido mais um homem, de 37 anos, estrangeiro e sem antecedentes criminais conhecidos em Portugal. Com as detenções hoje anunciadas o número de detidos ascende a 16, oito homens e igual número de mulheres.
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