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CDS acusa Governo de já estar em campanha e quer eleições já 

19 de fevereiro de 2019 às 18:20

A líder do CDS-PP justificou a moção de censura, apresentada na sexta-feira, com "o esgotamento" do Governo, "incapaz de encontrar soluções" para o país e de só estar a pensar "nas próximas eleições".

A líder do CDS-PP acusou esta terça-feira oGovernode se ter transformado numa "verdadeira direção de campanha eleitoral" do PS e desejou que o executivo caia na quarta-feira, no parlamento, com a moção de censura centrista.

"Gostávamos mesmo de eleições", admitiuAssunção Cristasem declarações aos jornalistas, após um almoço, num hotel de Lisboa, da associação de amizade Portugal-EUA, em que, por três vezes, afirmou que o "Governo está esgotado" e está "transformado numa verdadeira direção de campanha do PS", após a remodelação de domingo.

Para Cristas, "este governo deveria cessar já" e os partidos da esquerda, que têm dado apoio ao executivo, PCP, BE e PEV, "se fossem consistentes", deveriam apoiar a censura ao Governo na quarta-feira ou optar por "uma moção alternativa" à doCDS-PP.

"Se as esquerdas fossem consistentes com o que dizem todos os dias, na rua e no parlamento, ou votariam esta moção ou apresentariam uma moção alternativa à do CDS, mas com o mesmo efeito, que seria derrubar o Governo", afirmou.

Esta será a segunda moção de censura ao Governo minoritário do PS, chefiado por António Costa. A primeiro moção de censura também foi apresentada pelos centristas, em outubro de 2017.

Para aprovar a moção e derrubar o executivo são necessários os votos de 116 deputados, que PSD e CDS-PP não têm. PS e os restantes partidos da esquerda (BE, PCP e PEV) já anunciaram que votam contra, pelo que a moção de censura será chumbada.

Nas declarações que fez aos jornalistas, Assunção Cristas também comentou algumas conclusões do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), apresentado na segunda-feira.

Numa das conclusões, a OCDE recomenda que Portugal deve subir os impostos sobre o gasóleo e aumentar a tributação energética do carvão e do gás natural, além de promover a utilização dos transportes públicos e soluções de transporte partilhado.

Assunção Cristas disse discordar dessa recomendação, sublinhando que "valeria a pena a OCDE conhecer a realidade portuguesa", dado que o automóvel é, em muitas regiões do país, "a única forma" de as pessoas se deslocarem, além de que os salários são mais baixos do que a média nos países da organização.

Quanto à sugestão do secretário da OCDE, Angel Gurría, para que o ex-ministro da Economia do PSD Álvaro Santos Pereira, não estivesse presente na segunda-feira, por causa de uma versão preliminar do relatório que os jornais noticiaram ter causado mal-estar no Governo, Assunção Cristas lembrou o passado de alegadas pressões de governos.

"Já tivemos episódios desses, nomeadamente nos Governos Sócrates em Portugal", disse, sem adiantar mais pormenores.

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