CDS: Adolfo abandona Conselho Nacional
Adolfo Mesquita Nunes acusa presidente da mesa do Conselho Nacional de “ilegalidade”.
Filipe Anacoreta Correia não levou em conta parecer do Conselho de Jurisdição Nacional do CDS. E isso foi a gota de água para Adolfo Mesquita Nunes.
Para Mesquita Nunes, levar a votos a forma de votação neste Conselho Nacional depois de a Jurisdição ter sido favorável ao voto secreto, é uma "ilegalidade".
Por isso, Adolfo abandonou a reunião do Conselho Nacional que votará uma moção de confiança a Francisco Rodrigues dos Santos.
Filipe Anacoreta Correia tem outro entendimento. O presidente da mesa do Conselho Nacional considera que o órgão que dirige tem poderes para definir as regras do seu próprio funcionamento e que o parecer do Conselho de Jurisdição Nacional não é por isso vinculativo.
A discussão é estatutária, mas tornou-se central numa reunião que devia servir para definir o futuro do partido.
De um lado, estão os apoiantes de Rodrigues dos Santos, que frisam que o Conselho Nacional é o órgão máximo entre congressos e por isso pode até alterar o seu próprio regulamento em votação plenária.
Do outro lado, está a oposição interna, que recorda que o Conselho de Jurisdição Nacional é o tribunal do partido.
Nuno Melo, numa intervenção no Conselho Nacional, disse mesmo que Filipe Anacoreta Correia, ao ignorar o parecer da Jurisdição, estava a agir como se Ferro Rodrigues ignorasse uma decisão dos tribunais e pusesse a Assembleia da República a deliberar sobre essa matéria. Melo acusou mesmo Anacoreta de ser "um ditador" e de cumprir pior o seu papel no CDS do que Ferro no Parlamento.
Se o clima já era tenso no arranque dos trabalhos, esta decisão de Anacoreta Correia acicatou ainda mais os ânimos.
É o os apoiantes de Mesquita Nunes apostavam tudo na votação secreta, conscientes de que a direção partia com vantagem para as votações neste órgão e esperando que, com votos secretos, pudessem ter apoios que de outra forma não seriam declarados.
"Mais uma manobras de baixa política de Mesquita Nunes. Como percebeu que vai perder em toda a linha todas as votações, diz que abandona, esperando que a Imprensa faça Manchetes sobre isso. Ou seja, quer prejudicar o CDS e está a desrespeitar os militantes do CDS", critica o dirigente centrista Miguel Mattos Chaves à SÁBADO.
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