Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
21 de junho de 2018 às 05:30

A vida proletária que passa na classe média

O novo proletariado da classe média, essa imensa mole profissional feita de professores, médicos, enfermeiros, advogados, polícias, psicólogos, técnicos de ciências e saberes diversos, vive sem perspectivas salariais e de carreira uma vida inteira.

Há quase 25 anos, Pacheco Pereira escreveu uma crónica premonitória sobre a vida que passava todos os dias na ponte 25 de Abril. Uma vida feita da soma de muitas vidas difíceis. Que passava horas a caminho do trabalho e depois a caminho de casa. Que via os rendimentos a fugir para a casa, o carro, a escola dos filhos, muitas taxas e taxinhas e um dinheirão em portagens. Pouco tempo depois, esse cansaço de vida transformou-se em cansaço com o cavaquismo e estoirou a rebelião na ponte, que acabou com o ciclo político das maiorias absolutas de Cavaco Silva.

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Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.