Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
28 de junho de 2018 às 05:30

Salvar o Serviço Nacional de Saúde

O Estado português paga há 28 anos muitos milhões de comparticipações indevidas às companhias de seguros. Nunca ninguém deu por nada ou nunca ninguém quis dar por nada? Responder a estas questões é essencial para que se discuta a reforma do Serviço Nacional de Saúde

A investigação que publicamos nesta edição sobre as comparticipações indevidas que o Estado paga há 28 anos às seguradoras, em casos de acidente, é exemplar sobre a forma como os sucessivos governos têm tratado o Serviço Nacional de Saúde (SNS). À esquerda, a discussão resumiu-se sempre à clássica visão ideológica de defesa de uma saúde inteiramente financiada pelo Estado, com o PS numa posição de charneira, a balançar entre o público e o privado, apesar de ter entre as suas fileiras o chamado pai do SNS, António Arnaut. À direita, tivemos basicamente a defesa da entrada do sector privado na Saúde, praticamente sem limitações, e uma escassa reflexão sobre eventuais virtudes de construir um regime misto, assente ou não nas famosas parcerias público-privadas. Um e outros estiveram muito pouco atentos a uma questão essencial: melhorar e aperfeiçoar a gestão ainda antes de entrar na discussão ideológica. Mais: não quiseram pura e simplesmente saber de verdadeiras violações da Lei de Bases da Saúde e do Estatuto do Serviço Nacional de Saúde.

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