Os madeirenses não castigaram o líder do PSD pelo caso: houve menos abstenção e teve mais votos. As urnas foram só política, imunes às questões judiciais. Se for acusado em funções, a democracia entra em território não cartografado. A oposição não soube, nem sabe, o que dizer sobre isso.
A Madeirareelegeu um arguido. E, note-se, um arguido suspeito de crimes cometidos no exercício das suas funções no executivo, e acompanhado de um rol de arguidos no seu partido e governo, todos também suspeitos de crimes cometidos em exercício de funções públicas. Há várias hipóteses a considerar para o resultado: os madeirenses estão cansados das eleições e foram à procura da estabilidade; não valorizaram os casos judiciais e preferiram olhar para os resultados positivos na economia; há demérito da oposição, pelo menos do PS, que passa a terceiro, e nem em conjunto cria condições para uma ‘gerimponcha’ madeirense. Ou, provavelmente, a soma dos três.
Uma coisa é certa: na Madeira, a política separou-se, mesmo, da justiça. À justiça o que é da justiça e, com a justiça calada durante mais de um ano – desde janeiro último, Miguel Albuquerque não foi ouvido nem se conhecem novas diligências – a política decidiu nem sequer lhe passar cartão. Não parece bonito – mas é a realidade.
Aliás, a política atropelou a justiça ao ponto de quem politicamente derrubou o governo invocando problemas de justiça – o Chega, que apresentou a moção de censura, o PS que a aprovou – ter descido nas urnas, em percentagem e em lugares.
A questão da governação não deverá colocar-se – não se antevê que o CDS levante problemas – e Albuquerque pode até esperar quatro anos de estabilidade.
A não ser que seja a justiça a colocar-se novamente no seu caminho. Se Albuquerque vier a ser acusado e quiser manter-se no poder – e todo o seu comportamento faz antever que mesmo nessa circunstância não quererá sair – o caso madeirense coloca o País em terreno nunca antes percorrido e que coloca questões preocupantes para o ar que respira a democracia. E ninguém, nos partidos, na Madeira ou no continente, parece ter discurso, posicionamento ou propostas para lidar com isso. A política faz o quê, nesse caso?
Para já, uma coisa é inegável: Albuquerque é o vencedor político da noite. Mostra uma extraordinária resiliência, depois de uma década no poder, incêndios, e 300 agentes da PJ a aterrar na Madeira há um ano.
E o PS é o derrotado a noite. Só Paulo Cafôfo não parece ter percebido, mas, ultrapassado pelo JPP, na verdade, pelo menos na Madeira, já pouco importa o que percebe ou deixa de perceber.
Ser liberal é viver e deixar viver. É também não sucumbir ao ressentimento social: as páginas em que Cotrim de Figueiredo confessa essa tentação quando olhava para os colegas mais abonados do Colégio Alemão são de uma honestidade tocante.
A avó de Maria de Lourdes foi dama de companhia da mãe de Fernando Pessoa. E deixou-lhe umas folhas amaralecidas, que elaenviou a Natália Correia, já nos anos 80. Eram inéditos da mãe do poeta.
Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.
Mesmo nessa glória do mau gosto, ele encontra espaço para insultar, nas legendas, os seus antecessores, os Presidentes de que ele não gosta, a começar por Biden. É uma vergonha, mas o mundo que Trump está a criar assenta na pouca-vergonha
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