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Se achas que o feminismo não te beneficia como homem, pensa outra vez
Os homens devem ser interessados e aliados da luta feminista. As mulheres devem sim ter a plataforma principal, contudo, sem a participação dos homens esta luta perde o propósito.
Nos dias de hoje, o feminismo, uma causa que defende a igualdade de género, é visto por muitos como uma causa das mulheres. Desde o movimento #metoo, à violência de género, ou às desigualdades salariais, no espaço público é mais comum ouvir mulheres a falar sobre estes assuntos que homens. Gostaria que isso mudasse.
Os homens devem ser interessados e aliados da luta feminista. As mulheres devem sim ter a plataforma principal, contudo, sem a participação dos homens esta luta perde o propósito: a igualdade de género. Este artigo tem objetivo demonstrar como quer os homens, quer as mulheres, beneficiam com esta participação conjunta.
O avanço da causa feminista beneficia enorme e maioritariamente as mulheres, mas tem claramente benefícios também para os homens. A frase "Os homens não choram", embora uma expressão popular, esconde um importante factor de risco. É variada a literatura que aponta uma maior probabilidade dos homens de morrer vítimas de suicídio. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2018, aquantidade de suicídios foi consideravelmente maior entre os homens (733) em comparação com as mulheres (256). O papel de género incutido ao homem e a expectativa de que seja sempre forte, sem redes de apoio em que confiar, é uma receita para a deterioração da saúde mental e, em casos extremos, para o suicídio. Trabalhar na expressão de emoções e sentimentos poderá ajudar a prevenir estes casos, e isto é um benefício do feminismo pouco abordado.
Por exemplo, Afonso Pimentel foi muito atacado quando disse nopodcastGeração 80 "Os homens desta geração são mais angustiados, somos os primeiros com o peso às costas para sermos grandes pais e maridos", por demonstrar falta de empatia para com as mulheres que já sofrem há anos pelo mesmo motivo. Mas do meu ponto de vista, a sua visão tem algum fundo de verdade: se antigamente os homens eram somente o ganha-pão, hoje também devem ser pais presentes na vida familiar - e equilibrar isso tudo é difícil, como as mulheres bem sabem. Se é certo que a dinâmica entre as esferas laboral e familiar tem actualmente um grande custo para as mulheres (de acordo com a Nobel de Economia, Claudia Goldin, a desigualdade salarial entre géneros nasce após a gravidez), é também certo que a transição para uma sociedade igualitária terá certamente implicações para os homens. Por isso é importante que estes sejam incluídos nessa discussão, caso contrário, corre-se o risco de que os homens assumam uma postura defensiva, não apoiando a causa feminista e estagnando o seu avanço.
A causa feminista pode ser apoiada pela população masculina de muitas maneiras, mas um bom começo é a esfera privada através da condenação de mensagens ou atitudes machistas nos grupos de amigos. É importante que, entre os homens, se fale sobre como a violência nas relações amorosas não é normal. Este é um flagelo que começa nas camadas mais jovens: de acordo com dados de um estudo da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) "63% já experienciaram na sua relação de namoro, pelo menos, algum tipo de vitimação.".
Infelizmente, esta violência tem consequências graves. Em 2022, de um total de 88 homicídios consumados em Portugal, 32 foram em contexto de violência doméstica (36,4%), dos quais 29 vítimas foram mulheres. Embora também haja homens vítimas de violência doméstica, este é um crime tipicamente perpetuado por homens. Apoiar o feminismo é zelar pela segurança e ajudar a acabar com um dos crimes que mais mata em Portugal.
Também a nível económico todos nós perdemos sem feminismo. Sem esta causa, temos uma sociedade na qual 50% da população é tratada de forma preferencial. Medidas como as quotas, que promovem a inserção dos outros 50% no mercado de trabalho, são frequentemente olhadas de forma depreciativa quando nos beneficiam a todos. Esta medida é, na verdade, meritocrática - exatamente porque os primeiros homens a sair serão os menos competentes e a médio prazo dá incentivos e plataforma a 50% da sociedade para aceder a certas posições que até então lhes estavam vedadas. Neste sentido, as quotas não devem ser necessariamente de 50% em todo e qualquer contexto, mas em posições de chefias por exemplo. Não tenho medo de dizer que alguém que teme as quotas, na verdade teme ser o primeiro a ser substituído.
Faço por fim um apelo ao diálogo entre todas as pessoas a favor da causa feminista. Sem a inclusão de ambos os géneros será uma luta de atrito, de nós contra eles, quando o feminismo é uma causa na qual toda a gente ganha. Portanto se és homem e achas que o feminismo não te beneficia, pensa outra vez.
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