Que este 25 de Novembro seja o ponto de partida para que nenhuma mulher tenha que viver com medo, que seja uma data unânime da esquerda à direita, dos progressistas e conservadores, dos democratas, nos 50 anos do 25 de Abril.
O mais importante do dia 25 de Novembro é um: lembrar que a violência contra as mulheres não é só um problema delas. É um fracasso nosso. O caminho para a liberdade no 25 de Novembro deve ser erradicar definitivamente a violência contra as mulheres. A data que divide, que polariza, mas que nos devia juntar todos na defesa da liberdade, direitos humanos e democracia. São números que assustam e arrepiam; que nos deviam fazer corar, que nos deviam fazer agir.
Marca-se no dia de hoje, 25 de Novembro, o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. Serve este dia, portanto, para alertar para a violência física, psicológica, sexual e social que atinge as mulheres, incluindo ameaças, coação ou privação de liberdade, quer seja na vida pública ou privada. Infelizmente, a violência contra mulheres e raparigas continua a ser uma das violações dos direitos humanos mais frequentes, em que quase uma em cada três mulheres já foi vítima de violência física e/ou sexual pelo menos uma vez na vida. Em 2023, pelo menos 50 000 mulheres acabaram mesmo assassinadas, o que significa uma mulher morta a cada 15 minutos.
Em Portugal, o contexto não é diferente, com mais de 15 mil casos de violência no contexto doméstico registado apenas no 1º semestre do ano, com 20 mulheres assassinadas até ao dia de hoje. É mesmo o crime que mais mata em Portugal e tem uma vítima preferencial: a mulher. E novamente, não estamos verdadeiramente comprometidos para mudar este paradigma.
Mas também sabemos que a violência de género abrange bem mais do que crimes no contexto doméstico. Temos ainda a questão dos casamentos infantis e casos de mutilação genital feminina. As raparigas que faltam à escola por não conseguir obter produtos de higiene menstrual, mulheres que não são proibidas de prosseguir estudos, mulheres silenciadas por uma sociedade ainda machista e patriarcal, mulheres que são obrigadas a casar e a ter filhos cedo, mulheres que não têm o direito de escolher o que fazer com a sua vida. E a todos estes casos, o dia de hoje relembra que falhámos e continuamos a falhar. Também a discriminação no trabalho, com uma discrepância ainda de 12 por cento sobre o salário em Portugal, contribui para este ciclo de violência mental que aflige a maioria das mulheres. Não foge desta dinâmica o espaço digital e as redes sociais, onde as mulheres com visibilidade sofrem mais ataques, mais críticas e ameaças em comparação com os homens presentes nestes espaços.
Também neste dia é importante relembrar vítimas, dar destaque às suas histórias e impedir que sejam novamente proferidas. Mais recentemente destacaria o nome de duas mulheres: Gisèle Pelicot e Ahoo Daryaei. Duas mulheres com uma coragem e força sobrehumana, que nunca deveriam passar pelo que passaram, que resistem e nos inspiram a resistir. Exemplos de como falhamos enquanto sociedade e que deviam ser as últimas a contar as suas histórias. Mas não são e não vão ser as últimas vítimas.
Apesar de governos, organizações não governamentais e ativistas trabalharem tanto sobre o tema através da educação, do desenho de políticas públicas e da prevenção, não temos ainda em vista o fim de toda esta violência na nossa sociedade. Os dias de hoje parecem indicar cada vez mais a importantância de haver disciplinas como a de Cidadania ou Formação Cívica, onde se pode educar sobre a igualdade de género, sensibilizando as novas gerações.
Que este 25 de Novembro seja o ponto de partida para que nenhuma mulher tenha que viver com medo, que seja uma data unânime da esquerda à direita, dos progressistas e conservadores, dos democratas, nos 50 anos do 25 de Abril. Não podemos esquecer desta peste silenciosa em curso.
25 de Novembro: Um dia para lembrar ou para esquecer?
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.