Nas eleições de Trump, Elon Musk "investiu" cerca de 200 milhões para a sua eleição, ganhando já perto de 70 mil milhões de doláres após a eleição face às mudanças positivas nos mercados bolsistas. É um investimento que dá de retorno 35000%. O jogo da democracia parece compensar para alguns.
O simbolismo de "eleições livres" deixa cada vez mais de fazer sentido, quando há a presença de influência estrangeira e/ou de oligarcas nacionais e estrangeiros a contribuir de forma financeira desigual. Já foram expostos vários processos ao longo da última década, apesar de nem sempre serem totalmente bem sucedidas. Por exemplo, nas eleições de Trump, Elon Musk "investiu" cerca de 200 milhões para a sua eleição, ganhando já perto de 70 mil milhões de doláres após a eleição face às mudanças positivas nos mercados bolsistas. É um investimento que dá de retorno 35000%. Mesmo com a compra do twitter/x, daria um retorno de cerca de 60%, em poucos meses. O jogo da democracia parece compensar para alguns.
E este jogo tem mesmo consequências reais para todas as democracias. No último mês vimos nas eleições na Moldávia que o perigo da presença dos ideais de Putin dentro da União Europeia não estão assim tão longe, com uma vitória escassa da candidata democrata. Na passada semana, já dentro da União Europeia, tivemos a vitória na primeira ronda de um candidato, que contou apenas com 5 (cinco!) % de intenção de voto nas sondagens. Este candidato é da extrema-direita romena, negacionista da ciência, pró-russo e anti-europeu. A sua vitória foi alavancada na presença de redes sociais como a de Elon Musk. Começamos a ver um padrão a ganhar votos por toda a Europa cavalgando no desespero dos cidadãos e aproveitando o vazio regulatório do financiamento e acção política assim como das nossas redes sociais. Mais, há o rumor de que AfD (partido alemão de extrema-direita) vai mesmo colocar no seu programa para as próximas eleições de Fevereiro a saída da União Europeia e do Euro. Também Musk volta a ter os holofotes virados para si, quando parece haver a intenção de entregar 100 milhões ao partido de Nigel Farage no Reino Unido (autor do famoso processo do Brexit). Dividir e conquistar (e ganhar dinheiro com isso já agora) é a estratégia.
Não tenho medo de assumir que o projecto europeu nunca sofreu tantos ataques à sua existência, tanto internos e externos. Já nos próximos anos, vamos ter novos donos para as cadeiras do Conselho Europeu, e podemos ter a certeza do seu objectivo: a destruição da Europa como a conhecemos, de paz, liberdade, democracia e progresso. Mais uma vez, António Costa apresenta-se numa altura potencialmente fracturante que requer as suas competências de visão e liderança, que não conseguiu mostrar em Portugal, apesar dos seus 8 anos à frente do governo. O trabalho não se afigura fácil, mas a mensagem de união pareceu clara: no seu primeiro dia, deslocou-se a leste, à Ucrânia, para mostrar que o conflito não está esquecido na agenda europeia. O sucesso ou insucesso do seu mandato vai certamente ser medido não pelas bandeiras políticas que está associado, mas se a unidade europeia se mantém apesar de toda a turbulência ou se começa a ser o princípio do fim.
Nos últimos anos temos assistido a um declínio da qualidade das nossas democracias europeias. Se o sinal tinha sido dado mais a ocidente em 2016 e 2020, sabemos bem que em 2024 a tendência continuará e fortaleceu-se a ideia de que não há
regras democráticas nem de decência nas nossas eleições. O descrédito institucional instalou-se; partidos e organizações não geram esperança; e o que resta da nossa comunidade começa a estar cada vez mais fraturada e polarizada. Quando as 3 principais prioridades sectoriais dos cidadãos portugueses são a habitação, saúde e educação como demonstram todos os estudos feitos desde 2022, a discussão política do orçamento de estado centra-se no IRC e IRS Jovem (enquanto se fazem cortes na Ciência, erra-se em números sobre educação e não se responde sobre o INEM). Não se fazem milagres a
desconversar. Entretanto, os inimigos da democracia aproveitam-se.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
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A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.