Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
Desde quando é que o próprio mundo se tornou uma rede social? Na medida em que o ritmo é avassalador, guerras começam em questões de horas, viralizam-se vídeos de ataques de drones e rockets, contam-se os amigos e os inimigos, troca-se de aliados do dia para a noite, colocam-se todos os dramas emocionais a cru para todo o mundo saber. O número de mortos diários deixa de ser novidade, crianças passam a ser um número. Pessoas passam apenas a ser rostos sem identidade e são apenas mais um indiferenciado. Num dia o drama é mais a Este noutro é mais a Oeste. Até na escala espacial conseguimos perceber que nada parece estar bem a nível local ou nacional. Tudo parece ser notícia sobre o precipício no qual estamos a caminhar e ninguém parece olhar para a frente para parar a marcha. Separar o feed de uma rede social ou uma página de jornal torna-se cada vez mais difícil. Separar a verdade da verdade de cada um é o exercício radical dos nossos dias. Toda a gente perdeu o contexto, a mentira generalizou-se e o fact checking perdeu o valor, por também esse estar enviesado. Cada vez mais, até em termos diplomáticos, valem "as nossas verdades". E se perdermos estes pontos de contacto, como manter uma sociedade sã e saudável para os que vêm a seguir? Que veem diariamente as guerras culturais, físicas e de valores praticadas pelos seus pais, pares e no seu espaço digital. Como podemos desistir de forma tão violenta das próximas gerações?
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg. Passamos a falar de segurança social e do sistema de pensões, alavancado pela falta de crescimento da população, falamos de sistemas económicos baseados no trabalho e como a inteligência artificial irá mudar esse paradigma. Mas nunca foi, em território europeu, abordado ou pressentido que a guerra física, a perda de qualidade de vida, a revolta, o ódio, a violência, o racismo voltasse em força neste século, especialmente enquanto ainda existem pessoas que experienciaram na sua pele todas as consequências de um mundo desequilibrado e desfeito. Olhando para o nosso país, com a detenção de pessoas pertencentes a uma organização de extrema-direita com planos para invadir as nossas instituições; passando para a violência generalizada que estes grupos estão a causar na via pública a atacar pessoas, passando pelas vítimas de violência doméstica que continuam a aumentar e ver a total normalização do discurso de ódio e violento para com outra pessoa, não podemos aceitar que já somos a minoria. Pelo contrário, somos a maioria silenciosa (ou não) que nunca baixará os braços para devolver a esperança. E que se não seja pelas próximas gerações que seja pelas que cá estão. Pelo que merecem viver, com a sua liberdade e felicidade.
Infelizmente os tempos não apontam para esta direcção. Numa semana, e para constatarem ao ritmo alucinante em que se encontram as nossas lideranças, tivemos o surgimento de mais um conflito armado entre Israel e o Irão com os Estados Unidos da América a ameaçar invadir o país, tivemos o maior ataque em Kyiv desde o início da invasão russa, temos os Estados Unidos da América numa proto guerra civil em certos estados, com tentativas de deportação em massa a serem contestadas pelos americanos, tivemos a informação da existência activa de grupos de extrema-direita e terroristas em portugal, com presença de elementos da Polícia; a luta de galos entre Trump e Musk; tivemos o G7 ou o G6+1 reunido dependendo da personalidade de Trump, onde António Costa em representação da União Europeia oferece uma t-shirt do Cristiano Ronaldo e de Portugal assinada com "Play for peace. As a team". Se o surreal e o aleatório das redes sociais passassem para a vida real, era mais ao menos isto que esperava. Se calhar não há coincidências.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"