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(Enviada semanalmente)
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
Durante anos vendemos a ideia de que a internet era um espaço de liberdade. Um lugar onde podíamos ser quem quiséssemos. Curiosamente, essas pessoas podem ser mesmo um "ninguém". Alguém novo, sem ligação ao seu eu. Usam máscaras, acreditando
que estariam fora do alcance das consequências. A verdade é que o digital foi sempre uma válvula de escape para muitas pessoas, onde podiam ser quem verdadeiramente são.
Infelizmente, também nos mostra o lado mais irracional e violento do ser humano. O anonimato digital a que nos tanto habituamos nas redes sociais é digno de ser um dos problemas menos levantados face às consequências indesejadas que acarreta. Para quem tem um perfil público, é já comum ser insultado, ameaçado, criticado de forma gratuita em qualquer opinião que publique online. A questão está precisamente nesta diferença entre o mundo virtual e o mundo real. No mundo real cumprimos regras que não são seguidas nas redes sociais e caixas de comentários. Até quando é que é sustentável deixar crescer o ódio, legitimá-lo sem consequências negativas. Aliás, posts e mensagens de ódio e polarizadoras ainda dão mais tração e chegam além de mensagens conciliadoras.
Será "liberdade de expressão" para uns, ou a defesa da falta de limites para o mesmo. Mas a questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve. Não sabemos quem são as pessoas dentro de grupos ou fóruns online onde se organizam para espalhar ódio e violência. Sabemos que a
ação existe, sabemos que alguém proferiu aquelas palavras com intenção, e continua sem acontecer nada. Se a normalização do discurso de ódio por parte da extrema-direita "liberta" muitas pessoas para assumirem posições mais radicais, a falta de regras onde se joga a maior parte do jogo político atual, inclina ainda mais o tabuleiro para o lado violento e quezilento da política. O próprio discurso político passou de ser ideias e valores para comentários, gozo e ódio incendiando multidões (ainda) digitais. O que antes se sussurrava à mesa do café, com vergonha e contenção, hoje é dito em maiúsculas nas caixas de comentários de notícias ou em vídeos nas redes sociais. De 24 em 24 horas, sem parar, cada vez mais um espaço fértil para ideias que julgávamos enterradas sob os escombros da história recente.
A tal regulação, que na cabeça dos nossos liberais é sempre impeditiva, é inexistente no combate a este flagelo, afastando ainda mais pessoas da participação activa e pública, sobretudo mulheres, onde o ódio e a misoginia é exponencial. Enquanto tudo isto que vai acontecendo por aqui, as grandes plataformas continuam a lucrar, com cada partilha com cada mensagem de ódio. Um insulto racial, um ataque à imprensa, o desprezo pela democracia, um mandar alguém de volta para a sua terra, um ataque de género, insultos gratuitos, tudo isto faz apenas parte da vida regular e quotidiana de qualquer utilizador desta vida virtual.
O discurso de ódio não começou online, mas claramente ganha tracção e asas na internet. E só irá ser parado quando percebermos que neste mundo já não tão novo, a liberdade, responsabilidade e legalidade são inseparáveis. Está na altura de fazer cumprir a nossa legislação para além do mundo real. E isso só se faz com uma identidade digital. Estarmos sempre identificados em todas as ações, tal como acontece em qualquer esfera da nossa vida. A autenticidade não mata o debate e a imaginação, mas pode resgatar. É
tempo de evoluir o espaço digital para a sua maioridade legal. Uma internet onde todos estejam identificados nos seus comentários é uma internet que não acaba com o discurso de ódio, mas torna-o mais raro, com consequências legais. Porque saber que se pode ser
responsabilidade muda também as nossas ações: o tom, a escolha das palavras e até o próprio silêncio. É preciso que cada comentário tenha um rosto, um dono, e que cada ofensa traga consigo o peso justo da consequência, tal como traz para quem os ouve e vê.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
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A grande mudança de paradigma na política portuguesa, a favor de contas públicas equilibradas, não acabou com maus hábitos recentes, como vemos este ano.
Ao ver os socialistas que apoiam a Flotilha "humanitária" para Gaza tive a estranha sensação de estar a ver a facção do PS que um dia montará um novo negócio, mais alinhado com a esquerda radical, deixando o PS “clássico” nas águas fétidas (para eles) do centrão.
Um monumento – como o Elevador da Glória - que se move e que, além disso, transporta lá dentro muitas pessoas, tem de ser cuidado por uma engenharia objetiva, técnica, exaustiva e ainda com a atenção e a afetividade de um médico supercompetente. Não cuidar do antigo mata