Quando as empresas enfrentam dificuldades, sabemos bem qual o investimento que vai ser removido: o do pilar ecológico e social.
Qualquer lei tem de ser cumprida. Isto aplica-se a grande parte delas , mas não a todas, como a União Europeia nos quer fazer parecer. Na última década, e já com Ursula von der Leyen, a grande aposta seria numa economia verde, pujante, com milhares de novos empregos verdes e uma transição ecológica necessária, liderando pelo exemplo. Não bastou 5 anos para tudo ser deitado ao lixo e as prioridades se tornarem quase opostas ao defendido pela mesma pessoa, no mesmo cargo, no mesmo território. A defesa e a segurança passaram para o topo das novas prioridades com um programa de investimento massivo à escala nunca antes falado para o Pacto Verde. O pilar social, também tão defendido pelo anterior executivo parece hoje ser apenas uma miragem. No meio de tudo isto, os partidos de centro e de direita ainda não entenderam que o pilar social é aquele que conserva a democracia. É aquele que nos permite conservar as liberdades. É também aquele que impede guerras e a perda de vidas. É portanto censurável toda a sua acção para eliminar o pilar social e ecológico da União que tanto desejam defender. Nesta semana tivemos novo retrocesso para os consumidores europeus: as empresas deixam de estar obrigadas a comprovar os seus rótulos "verdes". É apenas mais um retrocesso em muitos que estamos a observar nos tempos que correm, onde cada vez mais o ritmo de perda de direitos e liberdades é acelerado por aqueles que dizem ser os principais defensores.
Mais, a mensagem que estamos a enviar para o futuro é que sempre que precisamos de mais dinheiro, surgirem novas prioridades ou até quando as empresas enfrentam dificuldades, sabemos bem qual o investimento que vai ser removido: o do pilar ecológico e social. Qualquer empresa, alegando impreparação e regulação apertada, sabe que pode contar com o recuo político e legal de tudo o que foi conquistado no passado recente. Tivemos o caso recente do retrocesso dos relatórios empresariais como o CSRD e até estatutos de conservação de animais. A mais recente vítima foram as "Alegações verdes". Não fosse este espaço também uma maneira de trazer tópicos não tão abordados e discutidos nos órgãos de comunicação social, nesta semana é a vez de falarmos um pouco de greenwashing. Passou despercebido no meio de um turbilhão mundial de guerras, mensagens chalupas de chefes de alianças militares, mas a verdade é que a União Europeia cada vez mais cava a sua própria sepultura. Não apenas pela inação diplomática, bélica e económica, mas também pelas contradições que teima continuar a acentuar.
A directiva apresentada em 2023 como parte do Pacto Ecológico europeu exigia que as empresas comprovassem as suas declarações ambientais com dados concretos e certificações independentes, para garantir aos cidadãos e consumidores que estavam a receber a informação correcta sobre questões como a neutralidade de carbono e impacto ambiental dos produtos. As negociações ocorreram dentro da normalidade quando a dias da etapa final para a aprovação formal, o Partido Popular Europeu, partido no qual se sentam o PSD e CDS, retirou a proposta surpreendendo os próprios negociadores e, claro, ambientalistas. O argumento usado é o mesmo de sempre: a proposta é muito complexa para as empresas. As empresas que têm lobistas profissionais, que negociam todas as leis feitas na União, são as mesmas que consistentemente dizem não ter capacidade, tempo e dinheiro para se preparar para o futuro. Mas sabemos bem porque fazem isto: porque à mínima dificuldade os legisladores voltam atrás, para "criar condições". Numa economia em que conseguimos ter produtos a serem vendidos abaixo dos 5 euros e que passaram por 3 oceanos para cá chegar, as condições mínimas de uma União de futuro que se preze é assegurar que toda a cadeia de valor segue os padrões de direitos e trabalho que temos no território europeu, e que o custo/valor ambiental também ele está representado no custo final. Enquanto estas leis verdes forem apenas indicações em rascunho, as empresas sabem que podem entrar de borracha pelas instituições adentro. Queria ver se fosse ao contrário e se no meio de uma crise económica, os apoios ao sector privado fossem os primeiros a cair.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
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A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.