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Até porque, quando falamos em colonialismo, atentados a direitos humanos ou crimes ambientais, poucos são os países que não têm culpa no cartório.
A Cimeira do Clima (COP 29) iniciou esta semana no Azerbaijão e desde então que tem sido o principal palco para trocas de acusações entre os líderes mundiais.
A COP ou Conferência das Partes é o órgão máximo da Convenção Quadro das Nações Unidas para para o Combate às Alterações Climáticas. Esta reúne todos os estados que assinaram a convenção, com o objetivo fazer um ponto de situação sobre a política climática global.
Depois de se reunirem no Dubai em 2023 e acordarem a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, este ano, os líderes mundiais reunem-se pela vigésima nona vez. O grande objetivo é chegar a um acordo para um novo objetivo de financiamento climático capaz de dar resposta aos países mais afetados e assegurar a mitigação e adaptação às alterações climáticas, sendo Baku, a capital do Azerbaijão o local escolhido para o efeito.
À semelhança do ano anterior, o país anfitrião para a realização da COP não foi consensual. Este foi fortemente criticado por diversas organizações internacionais, precisamente pelas principais exportações deste país serem petróleo e gás, recursos responsáveis por alimentar a crise climática que esta cimeira se propõe a resolver. Para além disso, o Azerbaijão tem sido sucessivamente acusado de atentados aos direitos humanos e limpeza étnica do povo armeniano, o que não favorece particularmente a sua reputação internacional.
No entanto, para manter uma boa imagem, mal a COP tinha acabado de começar já o presidente do Azerbaijão usava a sua condição de anfitrião para acusar a França e os Países Baixos de serem responsáveis por neocolonialismo e crimes ambientais nas suas ex-colónias. De orgulho ferido, e talvez um pouco de inseguranças face às acusações, tal resultou na saída da delegação gaulesa das negociações, sendo que já antes do início da cimeira o executivo francês tinha desencorajado a sua delegação a atender a esta Conferência, devido à estreita relação que mantém com o povo armeniano.
Ao mesmo tempo, Javier Milei, primeiro-ministro da Argentina e negacionista das alterações climáticas, aproveitou para capitalizar esta conferência e pedir aos seus delegados para abandonarem a COP sem qualquer tipo de justificação. Tal aconteceu depois do líder argentino ter ameaçado sair do acordo de Paris, um dos maiores acordos internacionais ao nível das alterações climáticas.
Estando a pouco mais de cinco anos de atingirmos um ponto sem retorno para evitar o aquecimento global, esta cimeira requeria, acima de tudo, compromisso, ambição e amnistias políticas. Até porque, quando falamos em colonialismo, atentados a direitos humanos ou crimes ambientais, poucos são os países que não têm culpa no cartório.
Em vez disso, vemos os líderes mundiais a usarem a COP como campo de batalha para acusações políticas, criando a instabilidade necessária para dificultar um acordo para a nova meta de financiamento. No final do dia, tudo se trata de jogos de poder que inviabilizam objetivos ambiciosos e desviam as atenções, continuando mais um ano a alimentar esta telenovela anticlimática.
Depois do verão mais quente de sempre e dos mais recentes tsunamis geopolíticos, que têm comprometido a estabilidade global e os compromissos internacionais para o combate às alterações climáticas, esta organização traz consigo uma vontade redobrada de fazer cumprir os compromissos portugueses quer ao nível nacional e internacional.
Este descuido permitiu que os oligarcas da era digital minassem os sistemas económico e político, enquanto que a União Europeia tenta agora recuperar a autoridade que lhe escapou por entre os dedos.
As imagens apocalípticas dos incêndios parecem, assim, uma premonição do caos que se avizinha, especialmente tendo em conta que acontecem mesmo antes da tomada de posse de Donald Trump, um dos mais notórios promotores do negacionismo climático a nível internacional.
As odes de revertermos a situação climática para onde caminhamos parecem cada vez mais escassas e o aproximar do final da década deixa-nos cada vez com menos tempo.
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