Dados dos censos de 2021, mostram que a bicicleta é hoje muito mais utilizada do que há uma década, com um aumento superior a 500% em Lisboa.
O uso de bicicletas em Lisboa aumentou exponencialmente nos últimos dez anos. Este crescimento, que poderia ser motivo de celebração, também evidencia o longo caminho que ainda temos de percorrer, ou melhor, o caminho que ainda temos de pedalar.
Este meio de transporte tem-se tornado uma opção cada vez mais popular nas cidades europeias, refletindo uma tendência crescente para alternativas mais saudáveis e sustentáveis. Dados dos censos de 2021, mostram que a bicicleta é hoje muito mais utilizada do que há uma década, com um aumento superior a 500% na capital do país. Ao mesmo tempo, esta conta com mais de 60 quilómetros de rede ciclável por toda a cidade, estando prevista a continuação da expansão dessas vias nos próximos anos. Há ainda uma rede de bicicletas públicas partilhadas à disposição da população desde 2017. No entanto, os avanços não são suficientes para considerar estas ciclovias relativamente bem-sucedidas.
Para alguém que viveu uma temporada nos Países Baixos e que recentemente passou a usufruir das ciclovias lisboetas, as diferenças no planeamento urbano são evidentes e demonstram erros de planeamento crassos, concebidos por quem nunca deve ter experienciado o uso de bicicleta numa grande cidade.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, as mortes de ciclistas representam 3% dos acidentes de viação mundiais. Embora esta percentagem seja baixa, torna-se alarmante quando percebemos que um acidente provocado por uma bicicleta raramente conduz à morte de outros utilizadores da via e que os acidentes refletidos nestes números são maioritariamente provocados por outros veículos. A segurança dos ciclistas, deve ser, por isso, uma preocupação crucial no planeamento urbano.
Em Lisboa, as ciclovias são pouco seguras e mal sinalizadas, dando aso a que os outros meios de transporte ocupem estas vias. Para além disso, há uma falta de conectividade na malha ciclável, com ciclovias a desaparecerem repentinamente. Todas estas questões que vivenciei na primeira pessoa nos poucos kilómetros de bicicleta percorridos até agora, foram igualmente identificadas pela auditoria realizada pela consultora Copenhagenize, não sendo, portanto, informações novas para o executivo municipal.
As vias cicláveis devem ser adequadamente segregadas das restantes vias e idealmente adjacentes ao passeio, tal como vemos em tantas outras cidades europeias. Não é de espantar que uma ciclovia como a da Avenida Almirante Reis seja considerada um atentado ao planeamento urbano, deixando os seus utilizadores vulneráveis ao trânsito e ao risco em cada cruzamento.
Não obstante, a cidade tem potencial para se tornar perfeitamente ciclável e segura para os seus utilizadores, mas para isso não basta colocar infraestruturas que mostrem trabalho feito. É necessário coragem política para desincentivar o uso do carro, reduzindo o número de vias rodoviárias e impondo mais limites de velocidade, ao mesmo tempo que se sensibiliza a população para as vantagens ambientais e de saúde que estas políticas acarretam. Só assim é possível que os cidadãos equacionem o uso da mobilidade suave e compreendam a sua importância.
E se este artigo se foca nas rede ciclável da capital, também os outros municípios portugueses podem criar infraestruturas seguras e eficazes, evitando reproduzir os erros lisboetas ao mesmo tempo que se coordenam na sensibilização da população para esta temática.
Andar de bicicleta em Portugal é ainda hoje um ato revolucionário, não apenas porque expõe os ciclistas a riscos diários, mas também porque desafia um sistema de transporte que privilegia opções menos sustentáveis e mais poluentes. Mas é pela persistência que se fazem as grandes mudanças, à semelhança daquelas que transformaram as cidades neerlandesas há 50 anos atrás.
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