O respeito pelos limites do planeta continua a ser quebrado, trazendo consequências catastróficas para nós e para as gerações seguintes. Porém, não será com a destruição de património cultural, atos de vandalismo ou agressões a agentes políticos que resolveremos o problema.
As alterações climáticas são consideradas pela Organização Mundial da Saúde a maior ameaça à saúde que a humanidade enfrenta. Enquanto o programa curricular de futuros médicos em Harvard contempla os efeitos das alterações climáticas na saúde, em Portugal ainda há muito a fazer na formação dos profissionais de saúde, que lhes garanta a sensibilidade climática necessária.
Com a emergência climática, e dado que os países falham no combate à obesidade, ao mesmo tempo que milhões de pessoas passam fome no mundo, um novo conceito é indispensável ao vocabulário dos nutricionistas. A "sindemia global" diz-nos que as alterações climáticas, a obesidade e a desnutrição coexistem no tempo e no espaço, interagem umas com as outras, e partilham causas e determinantes sociais. Se somos o que comemos, o impacto gerado pelo modelo de produção, consumo e transporte alimentar reflete-se não só na nossa saúde, como também na saúde do planeta. Sim, as perturbações dos nossos comportamentos no meio ambiente atingem-nos de volta. As cheias, a seca ou as mudanças na agricultura conduzem ao aumento dos preços de produtos alimentares essenciais, potenciando o risco de desnutrição de populações vulneráveis. Assim, os ganhos em saúde alcançados nos últimos 50 anos podem ser anulados nos próximos 50 pelas consequências da crise climática.
Portugal está entre os países europeus mais afetados por eventos climáticos extremos. O impacto das alterações climáticas é notório, mesmo para os terraplanistas. Não esquecemos os incêndios em 2022, com vastas áreas do território nacional em chamas, nem as cheias em Oeiras. No arranque de 2024, vemos o desespero dos agricultores, que pedem que os seus clamores sejam ouvidos, dada a seca que se faz sentir no Algarve. Nestes dias sofridos, o clima é de angústia para os territórios diretamente afetados. Mas, nos últimos anos, a ansiedade climática tem vindo a aumentar para muitos jovens, pois a ciência prevê que os eventos climáticos extremos continuem a escalar.
Esta sucessão de eventos é a ponta do iceberg. O respeito pelos limites do planeta continua a ser quebrado, trazendo consequências catastróficas para nós e para as gerações seguintes. Porém, não será com a destruição de património cultural, atos de vandalismo ou agressões a agentes políticos que resolveremos o problema, numa agenda anti-indústria ou tentando politizar uma preocupação que é geracional. Tenho para mim que estas ações têm repercussões mais negativas do que positivas, afastando as pessoas dos movimentos ambientais e levando ao aproveitamento pelos extremos.
Ao invés de protestos sem propostas ou soluções vazias de valor, precisamos de novos caminhos que incentivem a mudança de comportamentos. Se estamos cristalizados no modo de estar e fazer, será que, pela via da saúde, vamos lá? A procura pela proteção da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida será a motivação mais preponderante e forte o suficiente para acelerar o combate às alterações climáticas?
Ainda que grande parte dos portugueses considere que está ou estará exposto a problemas de saúde decorrentes de riscos ambientais, apenas 25% diz estar informado sobre o tema. Enquanto as doenças respiratórias e as alergias são mais facilmente associadas ao ambiente, o mesmo não acontece com outros problemas, como o cancro e as doenças cardiovasculares.
Como tal, as escolas e as Instituições de Ensino Superior são convocadas para o cumprimento desde desígnio. E, depois, as associações cívicas, as televisões, a rádio e as redes sociais. A par, os profissionais de saúde carecem de ferramentas para melhor apoiarem as populações. Mais informação, mais esclarecimento e mais preparação fará erguer os escudos protetores em prol da própria saúde. Por consequência, poderá impulsionar a ação coletiva que seja consequente na proteção do ambiente. Se assim for, poupamos o ambiente, a saúde e a carteira.
Ana Gabriela Cabilhas é candidata às eleições legislativas pela Aliança Democrática
Acredito que a hipnocracia, ao criar imaginários coletivos, pode beneficiar ou boicotar uma governação e influenciar eleições, sempre com consequências destrutivas para as instituições democráticas.
A imigração é uma das áreas que mais preocupação e polarização ocupa no debate público e político, sendo instrumentalizada pelos extremos à direita e à esquerda, por quem quer culpar os imigrantes por tudo e por quem quer ignorar que os imigrantes têm direitos e deveres.
Os centros públicos de Procriação Medicamente Assistida são 10, um número inferior aos 18 centros privados, e a resposta pública é inexistente no Alentejo e no Algarve.
O relatório "O consumidor de comunicações eletrónicas" da ANACOM mostra que 20% dos portugueses entre os 55 e os 64 anos nunca acedeu à internet e que o valor ascende aos 42% entre os 65 e os 74 anos, enquanto a média europeia é de 8% e 22%, respetivamente.
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O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.