Os comportamentos de pais, o abuso da linguagem nos clubes, a violência e os incidentes em recintos desportivos ou o comportamento dos espectadores descaracterizaram a cultura desportiva.
Os agentes desportivos possuem uma enorme responsabilidade pelo exemplo social que prestam, em particular, às crianças e jovens. Porém, os modelos sociais foram-se perdendo, porque o desporto sem desportivismo foi descaracterizando a cultura desportiva – os comportamentos de pais que se tentam substituir aos treinadores, o abuso da linguagem nos clubes, a violência e os incidentes em recintos desportivos, o comportamento dos espectadores, o mau acolhimento aos adversários, o tratamento desadequado aos árbitros, os ataques racistas e xenófobos ou as suspeitas de assédio. Tudo isto caminha em paralelo com a falta de desportivismo e defair play.
Será possível rumar no sentido contrário, recuperando o valor das expressões "foi um verdadeiro desportista" ou "portou-se com desportivismo"? Será possível proferi-las, convictamente, mais vezes? O momento protagonizado por Eduardo Quaresma, João Neves e mais jogadores reacendeu a esperança. O abraço caloroso entre os dois e os cumprimentos sentidos entre os vários colegas colheram atenção e admiração (até dos mais afastados do futebol), pela dignidade e elevação dos gestos.
Se vimos adversários dentro de campo, também vimos amigos fora dele, a serem felizes por fazerem aquilo que gostam, por jogarem futebol. A competição não escondeu a mais bela essência humana. Os jogadores foram livres, autênticos e genuínos. Sem medo de represálias de fanáticos histéricos e mal-educados, da maldade e intolerância de quem incita o ódio, ou da pequenez de quem inveja a felicidade pura. São um exemplo tanto para os adeptos, como para os colegas.
Estiveram, mesmo, à altura do dérbi entre Benfica e Sporting. A maturidade e atitude competitiva dos jogadores de tenra idade superou a de outros com carreira de décadas. São comportamentos assim que dizem muito sobre as convicções de cada pessoa e sobre o respeito pelo adversário e pelas regras do jogo, no fundo, sobre o que deve ser indispensável à própria ideia de desporto. A lição que deram precisa de ser recuperada, para fazer crescer nos atletas esta forma de saber viver, saber ser e saber estar.
A competição desportiva deve munir os jovens de valores baseados na ética e na lealdade desportiva, dentro de campo e noutros campos da vida. Deve ensinar a lidar com o sabor doce da vitória e com a amargura da derrota, com a dificuldade de atingir metas e com a satisfação de as superar. O desporto tem de contribuir para valores fundamentais numa sociedade que se quer mais tolerante, coesa e resiliente onde, no fim do jogo, os vencedores não são a hostilidade, nem o terror da guerra, nem a discriminação, mas o pluralismo, o respeito, a integridade e a convivência sã.
Qual é o racional que justifica que um adepto não bata palmas quando o adversário faz um belo jogo? Amar um clube significa necessariamente odiar todos os outros? Perderam-se os valores éticos essenciais para que a sociedade conviva em harmonia? Quando é que os princípios se vergaram a jogos de interesses e de poder, ao popular ou mais útil num dado momento? Onde se perdeu a autenticidade e a transparência? Porque não se sabe reconhecer o falhanço do próprio, e o mérito dos que não partilham do mesmo clube ou partido?
São momentos irrepreensíveis de demonstração de valores como o descrito que fazem com que cada um procure, no seu íntimo, ter outra postura. Haja desportivismo, ética e valores. Aplaudamos a democracia, dentro e fora das quatro linhas. Que mais cartões brancos possam ser exibidos na bola, na política e na vida. Para que não sejam reduzidos a conteúdo de entretenimento vazio, alimentado por clubismos. Para que a ética nunca deixe de estar na base das relações entre pessoas e instituições.
Acredito que a hipnocracia, ao criar imaginários coletivos, pode beneficiar ou boicotar uma governação e influenciar eleições, sempre com consequências destrutivas para as instituições democráticas.
A imigração é uma das áreas que mais preocupação e polarização ocupa no debate público e político, sendo instrumentalizada pelos extremos à direita e à esquerda, por quem quer culpar os imigrantes por tudo e por quem quer ignorar que os imigrantes têm direitos e deveres.
Os centros públicos de Procriação Medicamente Assistida são 10, um número inferior aos 18 centros privados, e a resposta pública é inexistente no Alentejo e no Algarve.
O relatório "O consumidor de comunicações eletrónicas" da ANACOM mostra que 20% dos portugueses entre os 55 e os 64 anos nunca acedeu à internet e que o valor ascende aos 42% entre os 65 e os 74 anos, enquanto a média europeia é de 8% e 22%, respetivamente.
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