O desperdício alimentar é uma realidade que deve indignar e inquietar qualquer um. Às vezes, sentimo-nos pequenos e impotentes perante problemas à escala global. Mas, neste caso, o desafio está perto de nós e temos nas nossas mãos a possibilidade de ser a solução. Começando, desde logo, pela resolução do problema dentro de casa.
Crescemos a ouvir pais e avós dizerem que deixar comida no prato é feio e que não se brinca com a comida, principalmente quando há crianças que não têm o que comer. Porém, encontramos diariamente alimentos em bom estado nos caixotes do lixo. Quando foi a última vez que deixou comida no prato? Quantas vezes pediu para levar o que sobrou no restaurante? Quantas vezes abriu o frigorífico sem saber o que fazer com sobras do dia anterior? Quantas vezes a resposta a essa pergunta foi "Vai para o lixo"?
O Relatório do Índice de Desperdício Alimentar do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, recentemente divulgado, fez as contas. Em 2022, cerca de um quinto dos alimentos produzidos globalmente, ou seja, mais de mil milhões de toneladas de comida foram parar ao lixo. Embora todos tenham uma quota parte da culpa, as famílias são responsáveis por 60% deste desperdício. O Instituto Nacional de Estatística publicou os primeiros dados relativos a 2020 e 2021 sobre o desperdício alimentar em Portugal. Estima-se que, em média, cada português desperdice mais de 180 quilos de alimentos por ano. Somos um dos países que mais desperdiça na Europa. Quanto pesará a nossa consciência? O equivalente à quantidade de comida que deitamos fora sem servir a quem quer que seja?
O desperdício alimentar é uma realidade que deve indignar e inquietar qualquer um. O assunto é sério, um verdadeiro flagelo mundial. Às vezes, sentimo-nos pequenos e impotentes perante problemas à escala global. Mas, neste caso, o desafio está perto de nós e temos nas nossas mãos a possibilidade de ser a solução. Começando, desde logo, pela resolução do problema dentro de casa.
O relatório também aponta que os alimentos que cada família deitou no lixo teriam sido suficientes para garantir mais de uma refeição diária a quem passou fome nesse ano. O desperdício alimentar, por ser tão inútil, egoísta e insustentável é, mesmo, uma enorme afronta e ofensa moral num mundo de contrates, onde milhões de pessoas não têm os bens mais básicos para sobreviver e morrem tragicamente à fome.
A alimentação é a base da subsistência digna de cada pessoa e o direito à alimentação não se reduz meramente ao direito a não ter fome. Devemos, pois, ter acesso aos alimentos adequados para garantir a nossa saúde e bem-estar. Se as famílias portuguesas têm passado por grandes dificuldades para suportar todas as despesas, a diminuição do desperdício alimentar pode ajudar no aumento da disponibilidade financeira, dado o peso que a alimentação representa no orçamento familiar.
Quando desbaratamos alimentos, além da arrogância por tudo e todos os que fazem parte da cadeia alimentar, esbanjamos os recursos do planeta, já de si escassos, que foram utilizados para que a comida chegue à mesa. Falo da produção ao consumo, como o solo, água e energia, bem como dos recursos para o armazenamento, processamento, embalamento, transporte e venda, sem esquecer os custos associados à recolha e tratamento desses resíduos. Estima-se que o desperdício e as perdas alimentares sejam responsáveis por cerca de 10% das emissões anuais globais de gases com efeito de estufa, quase cinco vezes mais do que o setor da aviação.
Caro leitor e consumidor, espero que a consciência que em criança tentaram interiorizar-nos tenha sido reavivada. Responsabilizar terceiros é uma tarefa vã. Opte por ter um papel ativo na mudança de comportamentos, que só será possível se se empenhar em fazer a diferença no seu dia a dia. E, lembre-se, não tenha mais olhos que barriga.
Acredito que a hipnocracia, ao criar imaginários coletivos, pode beneficiar ou boicotar uma governação e influenciar eleições, sempre com consequências destrutivas para as instituições democráticas.
A imigração é uma das áreas que mais preocupação e polarização ocupa no debate público e político, sendo instrumentalizada pelos extremos à direita e à esquerda, por quem quer culpar os imigrantes por tudo e por quem quer ignorar que os imigrantes têm direitos e deveres.
Os centros públicos de Procriação Medicamente Assistida são 10, um número inferior aos 18 centros privados, e a resposta pública é inexistente no Alentejo e no Algarve.
O relatório "O consumidor de comunicações eletrónicas" da ANACOM mostra que 20% dos portugueses entre os 55 e os 64 anos nunca acedeu à internet e que o valor ascende aos 42% entre os 65 e os 74 anos, enquanto a média europeia é de 8% e 22%, respetivamente.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.