Sábado – Pense por si

UE com reunião de emergência para discutir nova variante do vírus da covid-19

20 de dezembro de 2020 às 19:03
As mais lidas

Autoridades britânicas alertaram a OMS sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, mais facilmente transmissível. Vários países já suspenderam ligações aéreas ou ferroviárias com o Reino Unido.

Os Estados-membros da União Europeia (UE) vão reunir-se de emergência na segunda-feira de manhã para discutir a nova variante da covid-19 descoberta no Reino Unido.

Através de uma publicação na sua conta oficial da rede social Twitter, o porta-voz da presidência alemã da UE, Sebastian Fischer, indicou que a Alemanha "convidou os Estados-membros para uma reunião urgente do Mecanismo Integrado da UE de Resposta Política a Situações de Crise para amanhã [segunda-feira]" de manhã.

O Mecanismo Integrado da UE de Resposta Política a Situações de Crise (IPCR) - o quadro da UE para a coordenação de crises transfronteiriças ao mais alto nível político - foi ativado pela primeira vez no âmbito da pandemia de covid-19 em janeiro deste ano, ainda na então presidência croata da União, para os países partilharem informações entre si.

De acordo com Fischer, na ordem do dia da reunião de segunda-feira está a "coordenação das respostas da UE à recém identificada variante da covid-19 no Reino Unido".

Para este domingo foi convocada uma reunião por videoconferência entre o gabinete do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e representantes dos Estados-membros sobre os últimos desenvolvimentos relacionados com a nova estirpe, informaram fontes europeias em Bruxelas.

As mesmas fontes precisaram que, na reunião realizada esta tarde por meios digitais, foram apontadas possíveis medidas a adotar por cada país da UE, como suspensão de viagens e a introdução da obrigatoriedade de realização de testes.

Estas matérias estarão em discussão na reunião de segunda-feira, adiantaram as fontes comunitárias.

Ainda hoje, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, realizou uma chamada telefónica ao Presidente francês, Emmanuel Macron, e à chanceler alemã, Angela Merkel, para coordenar a resposta da UE à nova mutação.

As autoridades britânicas alertaram a Organização Mundial da Saúde sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível, embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas.

O Reino Unido está na lista dos 10 países mais afetados pela pandemia, ao somar mais de dois milhões de casos de infeção e 67.075 mortes.

A Holanda, a Bélgica, a Itália, a Alemanha, a Áustria, a Irlanda e França já suspenderam ligações aéreas ou ferroviárias com o Reino Unido.

Em Portugal, fonte do gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros português anunciou hoje que o país segue "com atenção" a evolução da situação epidemiológica no Reino Unido e está a privilegiar a "cooperação estreita" entre as autoridades de saúde dos dois países.

Também hoje, o Centro Europeu para Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC) pediu aos países da UE que façam "esforços atempados" para controlar a nova variante do SARS-CoV-2 que apareceu no Reino Unido, até 70% mais contagiosa, nomeadamente durante o Natal.

"Dado que não existem atualmente provas que indiquem até que ponto a nova variante do vírus se está a propagar fora do Reino Unido, são necessários esforços atempados para prevenir e controlar a sua propagação", exorta o ECDC, num relatório hoje publicado sobre o aumento rápido de casos no Reino Unido desta nova variante da covid-19.

E avisa que, "se o aumento das reuniões familiares e sociais que são tradicionais nesta altura do ano não for reduzido, […] e especialmente se as viagens não essenciais não forem reduzidas ou evitadas completamente, poderá eventualmente levar a que a variante substitua as variantes atualmente em circulação em grande parte da UE e Espaço Económico Europeu".

Urbanista

A repressão nunca é sustentável

Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.