O país pretende assim aproximar-se do resto da Europa e romper com as tradições russas.
Pela primeira os ucranianos vão celebrar o Natal a 25 de dezembro e não a 7 de janeiro, data em que é celebrado no calendário juliano, usado pela Rússia.
Esta é uma mudança cultural importante para o país e a mais recente tentativa de diminuir a influência de Moscovo na Ucrânia ao mesmo tempo que dá um sinal que se quer alinhar o máximo possível com a Europa, numa altura em que espera conseguir juntar-se à União Europeia.
A decisão foi anunciada por Volodymyr Zelensky já em julho e na altura o líder ucraniano explicava a medida com a necessidade de "abandonar a herança russa" e reafirmar a identidade ucraniana, ajudando os ucranianos a "viver a sua própria vida com as suas próprias tradições e feriados".
A Igreja Ortodoxa ucraniana só conquistou formalmente a independência de Moscovo em 2019, com a criação da Igreja Ortodoxa da Ucrânia, que se juntou à Igreja Ortodoxa Ucraniana e afastou a influência russa.
Em dezembro de 2022 o governo ucraniano já tinha lançado uma sondagem onde questionava os cidadãos sobre se a festividade deveria ser transferida para o dia 25 de dezembro e 59% da população respondeu que sim. A Igreja Ortodoxa da Ucrânia, também em 2022, já tinha permitido que as suas igrejas celebrassem o Natal a 25 de dezembro e em fevereiro deste ano avançou que tinha alterado definitivamente a data da celebração.
A invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022 levou muitos ucranianos a rejeitarem a língua e a cultura russa. Mykhailo Omelian, um padre ortodoxo em Kiev, defendeu: "Tudo o que estava relacionado com a Rússia e tudo o que a Rússia faz da mesma forma que nós, provocou repulsa entre as pessoas".
A Igreja Ortodoxa Russa tem defendido abertamente a invasão à Ucrânia e o líder da Igreja, patriarca Kirill, já afirmou até que os soldados russos que morrerem na guerra vão ter todos os seus pecados perdoados: "Ter-se-ão sacrificado pelos outros e acreditamos que este sacrifício lava todos os pecados que uma pessoa cometeu".
Mas porquê que o Natal era a 7 de janeiro?
A celebração do nascimento de Jesus é marcada a 7 de janeiro no calendário juliano, instaurado por Júlio César no ano 45 antes de Cristo e seguido pela Igreja Ortodoxa da Rússia, Geórgia e Sérvia.
Este calendário não batia certo com a velocidade real a que a Terra órbita à volta do Sol. O erro era apenas de 12 minutos, no entanto com o passar dos anos estes minutos transformam-se em dias.
O calendário esteve em vigor durante 1500 anos, o que atrasou o calendário juliano dez dias até que o Papa Gregório XIII decidiu alterar o calendário e em 1582 foram riscados dias dez do calendário para que este se acertasse. Com a aplicação do calendário gregoriano a população foi dormir a 4 de outubro e acordou a 15, no entanto nem todos os países decidiram adotar o novo calendário, especialmente os que estavam sob o controlo russo.
Apenas após a Revolução Bolchevique, em 1918, foi adotado o calendário gregoriano, mas ainda assim a Igreja Ortodoxa manteve o calendário antigo e o Natal continuou a ser celebrado a 7 de janeiro.
Ou seja, não é que a Igreja Ortodoxa e a Igreja Greco-Romana acreditem que Jesus nasceu em dias diferentes mas sim que se regem por calendários diferentes, o que faz o dia alterar.
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