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Trump sugere prisão para o congressista encarregado de processo de destituição

30 de setembro de 2019 às 17:36
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O presidente dos Estados Unidos sugeriu que o congressista que supervisiona o processo para a sua destituição, Adam Schiff, devia ser "preso por traição".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu esta segunda-feira que o congressista que supervisiona o processo para a sua destituição, Adam Schiff, devia ser "preso por traição".

A maioria Democrata na Câmara dos Representantes iniciou na passada semana um processo de destituição do presidente, acusando Donald Trump de ter pressionado o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, para investigar as atividades da família de Joe Biden - ex-vice-presidente no mandato de Barack Obama e atual candidato Democrata às eleições de 2020 - na Ucrânia.

Donald Trump repetiu hoje, na sua conta pessoal da rede social Twitter, que nunca pressionou Zelensky e que tudo não passa de uma "caça às bruxas" do Partido Democrata, e defendeu que o congressista responsável pelo inquérito mentiu e deve ser "preso por traição".

"Adam Schiff fez, ilegalmente, uma declaração falsa e terrível", escreveu Trump, dizendo que o parlamentar Democrata, no seu depoimento no Congresso, distorceu as suas palavras no telefonema para o presidente ucraniano.

"Não tinha nenhuma relação com o que eu disse no telefonema. Preso por traição?", questiona Trump, ao mesmo tempo que se queixa do tratamento que os média estão a fazer deste caso, atribuindo-lhe responsabilidades que ele diz não assumir.

Nesse depoimento, Adam Schiff comparou Trump a um "chefe da máfia", depois de a Casa Branca ter divulgado a transcrição de um telefonema para o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, em julho passado, pressionando-o a investigar Hunter Biden, filho de Joe Biden, vice-presidente no mandato de Barack Obama e atual candidato à Casa Branca pelo Partido Democrata, por suspeita de irregularidades na sua ligação com uma empresa ucraniana.

A transcrição da conversa telefónica, divulgada na passada quarta-feira, mostra Donald Trump a levantar alegações infundadas de que Joe Biden teria tentado interferir na investigação de um procurador da Ucrânia sobre a atuação de Hunter Biden enquanto administrador de uma empresa ucraniana.

"Há muita conversa sobre o filho de Biden, dizendo que Biden (pai) suspendeu a acusação e muitas pessoas gostariam de saber mais sobre isso", disse Trump a Zelensky, de acordo com a transcrição do telefonema, onde de seguida lhe pede "um favor", referindo-se à investigação das atividades da família Biden, recordando-o das ajudas dos Estados Unidos a nível militar.

"É assim que um chefe da máfia fala: o que é que você fez por nós? Nós fizemos muito por si", comentou Adam Schiff perante o Congresso, para justificar o processo de destituição.

A Câmara dos Representantes já está a trabalhar na elaboração dos artigos para o ‘impeachment’, que precisam de uma maioria simples para serem encaminhados para o Senado (dominado pelo Partido Republicano, de Donald Trump), onde terão de ser aprovados por uma maioria de 2/3, para permitir a remoção do presidente.

Donald Trump recorda que o presidente da Ucrânia já reconheceu que não foi pressionado e acusa Schiff e os Democratas de querem prejudicar a campanha para a sua reeleição nas presidenciais de 2020, pedindo ao Congresso e aos média para investigarem as atividades da família Biden na Ucrânia.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.