"À medida que os Estados Unidos enfraquecem, vamos fortalecer-nos, diversificar e virar-nos para a Europa", afirmou a ministra canadiana da Inovação, Ciência e Indústria.
O Governo canadiano afirmou este sábado que pretender "virar-se para a Europa", após o Presidente dos Estados Unidos ameaçar impor uma tarifa de 35% sobre as importações vindas do Canadá, a partir de 01 de agosto.
Sean Kilpatrick/The Canadian Press via A
Mélanie Joly, ministra canadiana da Inovação, Ciência e Indústria, afirmou hoje em conferência de imprensa que Otava "precisa de "estar mais próximo" dos seus aliados.
"À medida que os Estados Unidos enfraquecem, vamos fortalecer-nos, diversificar e virar-nos para a Europa", afirmou, acompanhada pelo vice-presidente executivo de Prosperidade e Estratégia Industrial da Comissão Europeia, Stéphane Séjourné.
Tal como já tinha feito com outros parceiros comerciais esta semana, Donald Trump anunciou na quinta-feira que vai impor uma sobretaxa, de 35%, sobre as importações vindas do Canadá, a partir de 01 de agosto, "independentemente de quaisquer tarifas setoriais".
"Em vez de trabalhar com os Estados Unidos, o Canadá retaliou com as suas próprias tarifas", justificou o Presidente norte-americano.
Trump especificou que as tarifas serão adicionadas às impostas a setores específicos, como o aço ou os automóveis, duas das principais exportações do Canadá para os Estados Unidos, o maior parceiro comercial de Otava.
Numa carta enviada ao primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, e partilhada na rede Truth Social, Trump atribuiu a decisão também à falta de esforços no combate ao influxo de fentanil, um poderoso opiáceo, apesar de as apreensões desta droga nas fronteiras dos dois países serem insignificantes.
O republicano acrescentou que poderia considerar ajustar a tarifa se o Canadá ajudasse os Estados Unidos a conter o fluxo de fentanil.
"Estas tarifas podem ser alteradas, para mais ou para menos, dependendo da nossa relação com o seu país", alertou Trump, numa carta dirigida ao primeiro-ministro.
Esta sexta-feira, a emissora pública canadiana CBC informou que os EUA estão a considerar a isenção da taxa de 35%, em princípio, para os produtos canadianos sujeitos ao acordo comercial trilateral USMCA, que inclui também o México.
Joly indicou que o seu governo não tornará públicos os detalhes das negociações e que a diplomacia económica é "mais importante do que nunca" neste momento.
"Esta diplomacia económica não seria normalmente necessária num mundo normal, mas estes não são tempos normais", enfatizou a representante do governo canadiano em Otava.
A carta a Carney foi a última de 20 cartas enviadas pelo Presidente norte-americano a parceiros comerciais de todo o mundo desde segunda-feira.
Na quinta-feira à noite, Trump anunciou, numa entrevista por telefone com a emissora norte-americana NBC que planeava enviar uma carta semelhante à União Europeia (UE) "hoje ou amanhã" (quinta-feira ou hoje).
"Gostaria de fazer isso hoje" (quinta-feira), disse o chefe de Estado.
"Estou a falar com a UE, que, como sabem, é composta por vários países, e também com o Canadá. Devemos enviar [as cartas] nas próximas horas", acrescentou Trump.
Na quarta-feira, o Presidente norte-americano anunciou que as tarifas de 50% sobre as importações de cobre entram em vigor a 01 de agosto.
Em 2024, os Estados Unidos importaram quase metade do cobre que consumiram, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA, sendo que a maioria das remessas vieram do Chile e do Canadá.
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