O Ministério dos Negócios Estrangeiros acusou os EUA de desencadearem uma "tempestade tarifária" global e criticou o facto de Washington não ter feito concessões à China, como a suspensão de 90 dias das tarifas decretada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, para os restantes países.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China publicou esta terça-feira, 29, um vídeo intitulado "No Kneeling" ("Não nos ajoelhamos"), no qual reafirma a recusa em ceder às pressões decorrentes da guerra comercial com os Estados Unidos.
Donald Trump, Xi JinpingReuters
No vídeo, publicado na conta oficial do ministério na rede social WeChat – semelhante ao WhatsApp –, a diplomacia chinesa argumenta que ceder ao que descreve como "hegemonia" norte-americana não conduziria à resolução das tensões, mas sim ao seu agravamento.
O ministério acusou os EUA de desencadearem uma "tempestade tarifária" global e criticou o facto de Washington não ter feito concessões à China, como a suspensão de 90 dias das tarifas decretada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, para os restantes países.
As autoridades compararam esta dinâmica ao "olho de um furacão", alertando para o facto de a aparente calma ser, na realidade, uma "armadilha mortal" que precede novas turbulências.
"O registo histórico mostra que as concessões não garantem um desanuviamento nas disputas comerciais e, em vez disso, acabam por alimentar o aumento da pressão", afirmou a diplomacia do país asiático.
"Ceder ao agressor é como beber veneno quando se tem sede", descreveu.
Com um fundo musical de intensidade crescente, o vídeo declara que "a China não se ajoelha" e argumenta que "lutar pela cooperação permite que a cooperação exista, enquanto procurá-la através de concessões leva ao seu desaparecimento".
O vídeo acrescenta ainda que uma atitude assertiva permitiria que os países mais pequenos fossem ouvidos, travaria potenciais abusos de poder e defenderia os princípios internacionais.
O vídeo também descreve os opositores a esta posição como "tigres de papel" e salienta que o comércio dos EUA representa menos de um quinto do comércio mundial, pelo que Washington poderá ficar isolado se outros países aderirem à posição da China.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, alertou hoje, no Rio de Janeiro, que "ficar em silêncio, ceder e recuar" só fará com que "o agressor queira tirar mais partido", referindo-se aos Estados Unidos.
Durante uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco de economias emergentes BRICS, Wang afirmou que "os Estados Unidos há muito beneficiam do comércio livre, mas agora estão a utilizar as tarifas como moeda de troca para exigir preços exorbitantes a outros países".
Desde o início deste mês, a China e os EUA mantêm tarifas mútuas superiores a 100%. Embora os responsáveis norte-americanos tenham afirmado que estão em curso negociações com os seus homólogos chineses para chegar a um acordo comercial, Pequim negou-o repetidamente.
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