NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
Entre dezembro de 2024 e março de 2025 Portugal foi alvo de 1.550 publicações por cada milhão de habitantes.
Um estudo recente garante que Portugal é o 12º país mais afetado pela campanha de desinformação da Pravda Network, uma rede russa em expansão que tem como objetivo principal manipular os assistentes de inteligência artificial ocidentais e espalhar propaganda pró-Kremlin.
REUTERS/Maxim Shemetov/File Photo
Este é o resultado de uma análise publicada pelo Disinformation Observatory e que teve por base mais de 600 mil publicações entre dezembro de 2024 e março de 2025. Foi também possível detetar que a operação está a ser levada a cabo em 87 países, “incluindo vários na região do Sahel africano onde o objetivo passa por incentivar o sentimento anti-europeu e anti-neocolonialismo”, começa por explicar Diogo Alexandre Carapinha, subcoordenador do VisionWare Threat Intelligence Center, à SÁBADO.
A Pravda não produz conteúdos de desinformação, mas é uma rede conhecida por agregar conteúdos de fontes de meios de comunicação estatais russos e outros meios pró-Kremlin e fazer com que estes sejam mais difundidos nas pesquisas no Google ou quando um utilizador recorre a chatbots. Diogo Alexandre Carapinha refere que o modus operandi deste tipo de grupos é baseado em três pilares: “A criação de sites com narrativas próximas aos interesses russos, otimização dos motores de pesquisa, com recurso à inteligência artificial e a utilização de bots”.
Sobre o porquê de Portugal receber tanta atenção por parte desta rede, neste caso 1.550 publicações por cada milhão de habitantes, Diogo Alexandre Carapinha recorda que o País apresenta “uma posição geográfica estratégica” e que “apesar de sermos um país pequeno não somos assim tão pequenos devido à nossa importância no contexto europeu e na diplomacia”. Além disso, existe ainda um outro fator, “ao traduzir as publicações de desinformação para português não é só possível chegar-se a Portugal, mas a todos os países lusófonos”, e especialmente o Brasil, Angola e Moçambique são bastante importantes para o Kremlin devido às relações que mantém com Moscovo.
Segundo a análise agora publicada, “Portugal foi alvo de mais do dobro de publicações do que a Espanha ou a França e o triplo da Alemanha”, o que não significa que seja alvo de uma campanha de ataques russos “tão aguerrida como o Reino Unido e a França”. Isto porque não só “o estudo se refere a um prazo muito limitado como tem apenas em conta a operação Pravda não todas as campanhas de desinformação russa que existem em simultâneo”.
Diogo Alexandre Carapinha ressalva que “todos os países que pretendem alargar a sua esfera de influência têm este tipo de operações – Estados Unidos, China ou Israel – que não passam de uma estratégia que segue a máxima do dividir para conquistar”. No entanto, no caso dos países autocráticos, como a China e a Rússia, “o círculo é mais fechado e as redes de desinformação têm mais impacto”.
Para tentarmos minimizar o impacto que este tipo de operações podem ter, Diogo Alexandre Carapinha refere que “precisamos de mais literacia mediática e de investimento na deteção dos ataques”, isto porque “as pessoas tendem a acreditar nas coisas que lhes passam pela frente e estas operações estão treinadas para encontrar precisamente as pessoas mais suscetíveis”.
O especialista partilha que o relatório não refere quais foram os temas em que existiu mais influência russa, mas adiante que “na semana passada foi criada a primeira ferramenta rápida de resposta à desinformação para as legislativas” o que vai permitir o combate à desinformação e “esbater este tipo de interferências, que nem sempre são externas”.
Informação pró-Kremlin é repetida mais 33% das vezes
Um outro estudo realizado pela NewsGuard concluiu que a desinformação pró-Kremlin espalhada pela Prada Network é repetida mais 33% das vezes pelos principais chatbots com recurso a inteligência artificial (IA) do que a informação verdadeira.
O estudo foi baseado nos dez principais assistentes com base em IA, incluindo o ChatGPT-4 da OpenAI, o Smart Assistant da You.com, o Grok, o Copilot da Microsoft, o Meta AI, o Google Gemini e o Perplexity, e todos repetiram a desinformação espalhada pela Pravda. Sete deles citaram até artigos da Pradva como fontes diretas.
A rede Pravda foi lançada em abril de 2022, logo após a invasão russa à Ucrânia e, desde então, expandiu-se significativamente para cobrir dezenas de países e idiomas.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
"O cachecol é uma herança de família," contrapôs a advogada de Beatriz. "Quando o casamento terminou, os objetos sentimentais da família Sousa deveriam ter regressado à família."
O senhor Dr. Durão Barroso teve, enquanto primeiro-ministro, a oportunidade, de pôr as mãos na massa da desgraça nacional e transformá-la em ouro. Tantas capacidades, e afinal, nestum sem figos.
Frank Caprio praticava uma justiça humanista, prática, que partia da complexa realidade. Por isso, era conhecido ora como "o juiz mais gentil do mundo", ora como “o melhor juiz do mundo”.