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Talibãs anunciam cessar-fogo de três dias com as forças afegãs

09 de junho de 2018 às 08:56
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Os talibãs ameaçam ainda responder com violência se forem atacados durante o período do cessar-fogo temporário.

Os insurgentes talibãs anunciaram este sábado um cessar-fogo temporário de três dias com as forças afegãs para assinalar o fim do Ramadão, mas avisaram que manterão os ataques contra forças estrangeiras presentes no país.

Os talibãs ameaçam ainda responder com violência se forem atacados durante o período do cessar-fogo temporário.

Esta decisão surge pouco mais de um dia depois de o presidente afegão, Ashraf Ghani, ter anunciado unilateralmente um cessar-fogo temporário com os talibãs durante as comemorações do ‘Eid al-Fitr’, que marcam o fim do Ramadão, numa mensagem na sua conta no Twitter.

Esse cessar-fogo será observado a partir de segunda-feira, "27.º dia do Ramadão e continuará até o quinto dia do ‘Eid al-Fitr", ou seja, na sexta-feira dia 15 de Junho, escreveu.

As comemorações do ‘Eid al-Fitr’, que assinalam o fim do Ramadão, arrancam este fim de semana.

O chefe de Estado afegão disse que esta decisão, inédita, é uma resposta "à fatwa histórica dos ulemás [teólogos] afegãos", que na segunda-feira decretaram que o terrorismo é contrário ao Islão.

Reunidos em Cabul em "Loya Jirga" ("Grande Assembleia", em idioma pashtun) milhares de dignitários religiosos das 34 províncias emitiram um decreto de sete pontos a declarar os "ataques suicidas e explosões contrários ao que defende a religião islâmica e um grande pecado".

"As guerras em curso no Afeganistão não têm base legal, apenas os afegãos são vítimas. Eles não têm valor religioso ou humano", diz o texto, acrescentando que "o apoio ou financiamento [do terrorismo] é contrário à Sharia", lei islâmica.

Uma hora após a publicação desta decisão, ao vivo na televisão, um homem-bomba que alegou ser do grupo Estado Islâmico fez-se explodir na entrada da tenda onde a assembleia foi realizada, matando sete pessoas.

O presidente Ghani propôs a paz aos talibãs no final de Fevereiro, mas desde então não obteve qualquer resposta.

Editorial

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