Foram levadas três pessoas. Momento levou à fuga da população.
A população da aldeia de Nacuta, província moçambicana de Cabo Delgado, relatou esta terça-feira um ataque por um grupo de supostos terroristas, que saquearam a comunidade e levaram três pessoas, provocando ainda a fuga da população.
Moçambique enfrenta ataques terroristas em Cabo Delgado, com saques e deslocamento da populaçãoAnadolu/Anadolu via Getty Images
Segundo fontes da comunidade, o ataque a Nacuta, distrito de Metuge, a cerca de 60 quilómetros da cidade de Pemba, aconteceu durante a madrugada de hoje, com os insurgentes a entrarem na aldeia de forma discreta.
"Entraram, arrombaram três barracas e levaram produtos alimentares", relatou uma fonte da aldeia, já a partir de Metuge.
Não há relatos de vítimas mortais, mas a presença dos rebeldes criou medo e levou ao abandono dos moradores na aldeia.
"As pessoas dormiram nas matas porque foi horrível a presença deles", disse ainda.
Após o saque das barracas, os rebeldes levaram três pessoas da comunidade, obrigando-as a carregarem os produtos até ao interior da mata, libertando-as mais tarde.
Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) já tinham reivindicado na segunda-feira um novo ataque, numa aldeia de Cabo Delgado, com pelo menos um "cristão" decapitado, num momento de violência e milhares de deslocados naquela província moçambicana.
A reivindicação, feita através dos canais de propaganda do EI, referia que o ataque aconteceu perto de Nangade, durante o qual "capturaram um dos cristãos" e "executaram-no".
Outras reivindicações dos últimos dias, confirmadas por fontes locais da Igreja Católica, apontam para casas e igrejas incendiadas em vários pontos de Cabo Delgado, desde o final de julho, incluindo a decapitação de vários "cristãos" entre a população.
No sábado, o mesmo grupo reivindicou outro ataque a uma aldeia do distrito de Ancuabe, no dia anterior, com os rebeldes a afirmarem que "capturaram um elemento das milícias locais", que depois foi "decapitado".
No dia anterior, mas no distrito de Balama, os insurgentes, alegadamente pertencentes ao grupo Ahlu-Sunnah wal Jama`a (ASWJ), associado ao EI, reivindicam ter incendiado a casa de um "comandante das milícias" locais, numa aparente referência aos guerrilheiros 'naparamas', que também combatem estes grupos.
Mais de 57 mil pessoas foram deslocadas desde 20 de julho na província moçambicana de Cabo Delgado após o recrudescimento de ataques de extremistas, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
De acordo com o mais recente relatório da OIM, com dados de 20 de julho a 03 de agosto, "a escalada de ataques e o crescente medo de violência" por parte de grupos armados não estatais nos distritos de Muidumbe, Ancuabe e Chiúre, levaram ao deslocamento de aproximadamente 57.034 pessoas, num total de 13.343 famílias.
Incluem-se 490 grávidas, 1.077 idosos, 191 pessoas com problemas de mobilidade e 126 crianças separadas dos pais, que chegam a andar mais de 50 quilómetros, pela mata, noite e dia, sobretudo em direção à sede do distrito de Chiúre, no sul da província de Cabo Delgado.
Trata-se do maior pico de deslocados por ataques, com destino a Chiúre sede em cerca de um ano.
A informação da OIM acrescenta que os agentes no terreno apontam que "a alimentação é a necessidade humanitária mais urgente", seguida de abrigo e itens não alimentares.
Deste total de deslocados, 22.939 foram abrigados em Namisir e 27.558 em Micone, em ambos os casos em duas escolas da vila de Chiúre, sede do distrito.
O ministro da Defesa Nacional admitiu no final de julho preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, adiantando que as forças de defesa estão no terreno a perseguir os rebeldes armados.
"Como força de segurança não estamos satisfeitos com o estado atual, tendo em conta que os terroristas nos últimos dias tiveram acesso às zonas mais distantes do centro de gravidade que nós assinalámos", disse Cristóvão Chume, aos jornalistas.
Supostos terroristas saqueiam aldeia em Cabo Delgado
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