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Sucedem-se as demissões no governo de Theresa May

15 de novembro de 2018 às 15:28
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Ministro com a tutela do Brexit, Dominic Raab, ministro de estado para a Irlanda do Norte, Shailesh Vara, e ministra do Trabalho e das Pensões, Esther McVey, anunciaram a saída devido ao "acordo de retirada" do Reino Unido da União Europeia. Duas secretárias de estado também saíram.

O governo de Theresa May sofreu várias baixas esta quinta-feira, consequência do acordo da saída do Reino Unido do Brexit, uma situação que deixa o executivo em perigo de cair. De uma assentada, May perdeu o ministro britânico com a tutela do Brexit, Dominic Raab, o ministro de estado britânico para a Irlanda do Norte, o conservador Shailesh Vara, e a ministra do Trabalho e das Pensões, Esther McVey. O vice-presidente do Partido Conservador e enviado para o Comércio com o Paquistão, Rehman Chisti, juntou-se ao grupo de demissionários horas mais tarde. "Teria de defender uma posição que considero contrária ao manifesto que defendi quando concorri a eleições", confessou.

Além disso, também anunciaram a demissão Suella Braverman, ministra "júnior" para o Brexit, um cargo com responsabilidades semelhantes às de um secretário de Estado, e Anne-Marie Trevelyan, que ocupa o cargo de secretária dos assuntos parlamentares. A subsecretária de Estado para o Brexit, Suella Braverman, também saiu. 

"Não posso, em consciência, apoiar os termos propostos para o nosso acordo com a União Europeia", explicou Raab na carta de demissão divulgada na sua conta na rede social Twitter, adiantando que o motivo da discordância se prende com futuro estatuto da Irlanda do Norte. Na carta a Theresa May, Raab, que apoiou o Brexit no referendo de 2016, disse que não pode apoiar o acordo por duas razões.

Por um lado, porque entende que "o regime regulatório proposto para a Irlanda do Norte representa uma ameaça real à integridade do Reino Unido", e por outro, porque não pode aceitar a cláusula de segurança para evitar uma fronteira na Irlanda "seja indefinida" e que a União Europeia "tenha direito de veto" sobre a capacidade do Reino Unido em rescindi-la".

Antes do anúncio de Raab, já tinha apresentado a demissão o ministro britânico para a Irlanda do Norte, o conservador Shailesh Vara. "Não posso apoiar o acordo de retirada concluído com a União Europeia", disse Vara na sua carta de renúncia postada em sua conta no Twitter.

O deputado conservador disse que o acordo preliminar firmado com Bruxelas pela primeira-ministra britânica, Theresa May, deixa o Reino Unido a meio do caminho, sem um limite de tempo que determine quando o país finalmente se tornará um Estado soberano. "Este acordo não permite que o Reino Unido seja um país soberano e independente", lamentou.

O ponto mais controverso do projecto de acordo diz respeito às disposições para impedir o regresso de uma fronteira física entre a região britânica da Irlanda do Norte e a vizinha República da Irlanda, membro da União Europeia.

Esther McVey, por seu turno, anunciou a saída do executivo de May por considerar que o acordo não honra o resultado do referendo.

O governo britânico aprovou na quarta-feira o rascunho de acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, tendo sido encontrado com a União Europeia (UE) uma solução para evitar o regresso de uma fronteira física entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.

Hoje, o presidente do Conselho Europeu anunciou, em Bruxelas, que prevê convocar uma cimeira extraordinária de líderes da União Europeia a 27 para dia 25 de Novembro, para "finalizar e formalizar o acordo de ‘Brexit’" com o Reino Unido.

Já a subsecretária de Estado para o Brexit, Suella Braverman justificou a sua demissão dizendo-se "incapaz de apoiar sinceramente o acordo aprovado" e deplorando "as concessões" feitas à Bruxelas.

(Notícia actualizada às 15h20 com mais uma demissão)

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