O primeiro-ministro espanhol revelou no dia 24 que ponderava demitir-se após um tribunal confirmar a abertura de um "inquérito preliminar" que envolveu a sua mulher, Begoña Gómez, por alegado tráfico de influências e corrupção.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, vai anunciar esta segunda-feira ao país às 11 horas (10 horas em Lisboa) se vai ou não se demitir do governo, afirmou o seu gabinete.
REUTERS/Susana Vera
Pedro Sánchez revelou numa carta na quarta-feira, dia 24, que estava a ponderar demitir-se. O anúncio surgiu no mesmo dia que um tribunal confirmou a abertura de um "inquérito preliminar" que envolveu a sua mulher, Begoña Gómez, por alegado tráfico de influências e corrupção, na sequência da queixa de uma organização conotada com a extrema-direita, Manos Limpias.
A organização acusou Begoña Gómez de ter usado a sua influência enquanto mulher do primeiro-ministro para obter patrocínios para um curso de mestrado universitário que a mesma dirigia.
Apesar da gravidade das suas alegações, a Manos Limpias admitiu na quinta-feira, dia 25, que a sua queixa contra a mulher de Pedro Sánchez poderia ser baseada em relatos falsos dos meios de comunicação social. "Se não são verdadeiras, quem as publicou deve assumir a responsabilidade, mas se não forem verdadeiras, entendemos que a investigação judicial deve continuar", afirmou.
Entretanto, o grupo ultra-conservador e ultra-católico, Hazte Oír, apresentou na quinta-feira uma nova queixa criminal contra Begoña Gómez por alegado tráfico de influências.
Na carta, o primeiro-ministro espanhol afirmou que a queixa da Manos Limpias se baseava em "alegadas reportagens" de sites noticiosos cujas tendências políticas descreveu como "abertamente de direita e de extrema-direita". "Como é lógico, Begoña defenderá a sua honra e cooperará com a justiça tanto quanto for necessário para esclarecer factos que são tão escandalosos na aparência como inexistentes", disse.
Pedro Sánchez afirmou que ele e a sua mulher estão há meses a ser vítimas da "máquina de lodo" da direita e da extrema-direita, tendo admitido que não sabe se vale a pena continuar na liderança do país e dos socialistas espanhóis perante um "ataque sem precedentes, tão grave e tão grosseiro".
O mesmo acusou os seus adversários políticos, Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular, e Santiago Abascal, líder do partido de extrema-direita Vox, de colaborarem com uma "galáxia digital de extrema-direita e com Manos Limpias".
O Ministério Público pediu na quinta-feira, dia 25, o arquivamento da queixa, pelo facto de considerar não haver indícios de delito que justifiquem a abertura de um procedimento penal.
Já os partidos da oposição acusaram o primeiro-ministro de manobras cínicas, vitimização e de fazer campanha eleitoral. "Não devemos ser nós, os cidadãos, a concentrarmo-nos no umbigo de Sánchez. Sánchez deve concentrar-se nos cidadãos", afirmou Alberto Núñez Feijóo no sábado. "Sr. Sánchez, a questão não é se vale a pena ser primeiro-ministro de Espanha ou não. A questão é se a Espanha merece ou não um primeiro-ministro como o senhor."
O Vox também referiu que: "A Europa está a perguntar-se como é que Sánchez pode continuar a ser primeiro-ministro quando a sua mulher enfrenta acusações tão graves."
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