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Sánchez admite demitir-se da presidência do governo espanhol

Diogo Barreto
Diogo Barreto 24 de abril de 2024 às 18:49
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Tribunal abriu processo contra a mulher do chefe de governo espanhol após denúncias de alegado tráfico de influências e corrupção. Decisão é anunciada segunda-feira.

Pedro Sánchez admite sair do cargo de chefe de governo espanhol e anuncia uma resposta para segunda-feira, tendo cancelado a agenda política para os próximos dias. A decisão surge depois de se tornar público que a sua mulher, Begoña Gómez, está a ser investigada por um tribunal de instrução após denúncias de alegado tráfico de influências e corrupção.

REUTERS/Jon Nazca

Numa carta publicada nas redes sociais o líder do PSOE diz que necessita de "parar e refletir" e cancela agenda política nos próximos dias. Anuncia se sai do cargo na segunda.

A mulher de Sánchez está a ser investigada por um tribunal de instrução, após denúncias de alegado tráfico de influências e corrupção. "Preciso de parar e refletir. Tenho de responder à pergunta se vale a pena, apesar daquilo em que a direita e a extrema-direita pretendem transformar a política", escreveu Pedro Sánchez na carta, acusando os adversários políticos de instrumentalizarem a justiça.

Depois de escrever que a sua mulher está a ser investigada não por ter feito algo ilegal, mas sim por ser sua mulher, acrescenta: "Como também tenho plena consciência de que os ataques de que sou alvo não são contra mim, mas contra aquilo que represento: uma opção política progressista, apoiada eleição após eleição por milhões de espanhóis, baseada no progresso económico, na justiça social e na regeneração democrática", lê-se na carta publicada.

De acordo com a notícia avançada pela Reuters, esta quarta-feira, os detalhes do processo ainda são escassos, dado estar ainda em fase preliminar, no entanto, a investigação terá nascido de uma queixa apresentada pelo grupo de campanha anti-suborno Manos Limpias (mãos limpas, em português) através de um instrumento jurídico espanhol único, conhecido como "acusação popular", para apresentar queixas criminais contra terceiros.

A associação acusa Begoña Gómez de usar a sua influência enquanto mulher do chefe de Governo par, conseguir patrocínios para um curso de Mestrado em Angariação de Fundos da Universidade Complutense de Madrid, do qual é co-diretora.

Depois de confirmada a notícia, Sanchez afirmou perante os deputados que confiava no sistema judicial. "Num dia como o de hoje, e apesar das notícias que ouvi, apesar de tudo, continuo a acreditar na justiça do meu país", cita a Reuters.

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