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Que países já limitaram a venda de armas a Israel? 

O Reino Unido juntou-se ao Canadá, Países Baixos, Itália e Espanha ou anunciar limitação ao envio de armamento para Israel.

Tornou-se público na passada segunda-feira, 03, que o Reino Unido iria limitar a venda de armas a Israel devido aos riscos de violação do direito humanitário.  

David Lammy, ministro dos Negócios Estrangeiros, afirmou que o país acredita que existe um "risco claro" de as armas estarem a ser utilizadas para "cometer ou facilitar uma violação grave do direito humanitário internacional" em Gaza. Sendo esta uma limitação parcial, apenas ficaram suspensas 30 das 350 licenças de armas existentes. 

A medida foi considera pouco ambiciosa por vários grupos defensores de direitos humanos, especialmente por não incluir peças para os caças F35, utilizados por Israel na sua ofensiva em Gaza, que são fabricadas no Reino Unido. 

Desde que Israel começou a ofensiva para responder ao ataque do Hamas de 7 de outubro já foram mortas mais de quarenta mil pessoas na Faixa de Gaza e as dúvidas relativas ao respeito do direito internacional levaram vários países a alterar a sua política de venda de armas a Israel. 

Em março o parlamento canadiano aprovou uma votação vinculativa para interromper futuras vendas militares a Israel. Na altura a ministra dos Negócios Estrangeiros Mélani Joly garantiu que a medida iria ser comprida: "É real", afirmou em entrevista. 

Em fevereiro o Supremo Tribunal dos Países Baixos declarou que o governo parasse de fornecer peças utilizadas em caças F35 a Israel devido ao risco claro de violações graves do direito humanitário internacional. No entanto as peças continuam a poder ser enviadas para os Estados Unidos, que em última análise as pode enviar para Israel.  

Itália é o terceiro maior fornecedor de equipamento militar de Israel, no entanto contribui com menos de 1% do total de importações de armas de Israel, segundo a organização Action on Armed Violence.  

Em janeiro o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, anunciou que depois do ataque de 7 de outubro o país tinha decidido não aumentar o número de armas enviadas para Israel, ainda assim o governo encontra-se a cumprir acordos anteriormente assinados.  

Também em janeiro José Manuel Albares, ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, anunciou que Espanha não vendia armas a Israel desde 7 de outubro. Em maio o governo deu mais um passo e anunciou que os navios que transportam armas para Israel estavam proibidos de atracar em portos espanhóis. Na realidade o governo de Pedro Sánchez tem sido uma das vozes mais críticas, na Europa, à ofensiva em Gaza. 

Países como os Estados Unidos, que fornece cerca de 69% das armas que dão entrada em Israel, ou a Alemanha, responsável por cerca de 30% das exportações globais de armas para Israel, não implementaram qualquer limitação à venda de armas.  

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