Alexander Shiplyuk era suspeito de ter compartilhado informações confidenciais durante uma conferência que decorreu na China em 2017.
Alexander Shiplyuk é um importante físico russo e o mais recente condenado por acusações de traição ao Estado. O cientista, que pertence ao programa de mísseis hipersónicos enfrenta agora 15 anos de prisão.
Instituto Khristianovich de Mecânica Teórica e Aplicada
Nos últimos anos mais de uma dúzia de cientistas russos foram presos e pelo menos três, cintando com Alexander Shiplyuk, trabalhavam no prestigiado Instituto Khristianovich de Mecânica Teórica e Aplicada em Novosibirsk, a maior cidade da Sibéria.
Esta terça-feira o diretor do instituto, de 57 anos, foi considerado culpado de "traição ao Estado" após um julgamento a portas fechadas. O meio de comunicação independente russo Novaya Gazeta avançou que Alexander Shiplyuk era suspeito de ter compartilhado informações confidenciais durante uma conferência científica que decorreu na China em 2017 e que recusou um acordo judicial.
Alexander Shiplyuk negou todas as acusações defendendo que as informações partilhadas se encontravam disponíveis em fontes abertas.
Vários comentadores especialistas no regime russo consideram que estes julgamentos são um sinal do tipo mais recente de espionagem e crescente fosso entre as elites políticas russas e os responsáveis pela sua produção militar.
Em maio a Rússia condenou Anatoly Maslov, um professore de aerodinâmica de 78 anos e colega de Alexander Shiplyuk, a 14 anos de prisão, também sob acusações de traição à pátria. Os meios de comunicação russos também avançaram que tinha sido acusado de passar dados confidenciais relacionados com o programa de mísseis hipersónicos russos a uma agência de inteligência alemã.
Já em outubro de 2022, Valery Mitko, um cientista russo de 81 anos preso sob acusações de traição acabou por morrer enquanto se encontrava em prisão domiciliar depois de ter vários ataques cardíacos.
A Rússia considera-se o líder mundial no que toca aos mísseis hipersónicos, armas capazes de transportar cargas até dez vezes mais rápidas que a velocidade do som e atravessar sistemas de defesa aérea.
A realidade é que desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, houve um aumento de julgamentos por traição devido a alegadas ajudas à Ucrânia por parte de cidadãos russos, mas os processos judiciais contra os cientistas são conduzidos em segredo e poucos detalhes sobre a acusação são tornados públicos.
Na Rússia a definição do crime de espionagem é bastante vaga, o que facilita a abertura de processos contra cientistas e pode incluir ações como participação em projetos internacionais, mesmo que tenham sido iniciados antes da invasão.
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