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Putin chega à Coreia do Norte para se encontrar com Kim Jong-un

Numa carta obtida pelos meios de comunicação social norte-coreanos, Vladimir Putin garantiu que pretende apoiar os norte-coreanos na luta contra os Estados Unidos.

O presidente russo, Vladimir Putin, já chegou (18) à Coreia Norte, para aquela que será a sua primeira visita de estado em 24 anos, informou a agência de notícias Interfax. A viagem, que surgiu a convite do líder norte-coreano, Kim Jong Un, vem agora sublinhar a crescente relação de Moscovo com o país nuclearmente armado, desde a invasão à Ucrânia.

Sputnik/Petr Kovalev/Pool via REUTERS

Apoio de Putin transmitido por carta

O presidente russo garantiu que pretende aprofundar laços comerciais e de segurança com Pyongyang, assim como apoiar a Coreia do Norte na luta contra os Estados Unidos. O apoio inabalável foi expressado através de uma carta, publicada esta terça-feira pelos meios de comunicação social norte-coreanos.

"Desenvolveremos mecanismos alternativos de comércio e acordos mútuos que não sejam controlados pelo Ocidente, e resistiremos conjuntamente a restrições unilaterais ilegítimas", escreveu. "Ao mesmo tempo, construiremos uma arquitetura de segurança igual e indivisível na Eurásia."

Os Estados Unidos e os aliados asiáticos ainda estão a tentar perceber até onde irá a Rússia para um apoio do líder norte-coreano, Kim Jong Un, cujo país é o único que em pleno século XXI já realizou testes com armas nucleares. Na carta, obtida pelo jornal norte-coreano Rodong Simmun (em português Jornal dos Trabalhadores), Vladimir Putin elogiou Pyongyang por ter resistido ao que chamou de pressão económica, chantagem e ameaças dos Estados Unidos, e agradeceu à Coreia do Norte por apoiar a Rússia na operação militar especial na Ucrânia. Além disso, acrescentou que os dois países desenvolveram boas relações e parcerias nos últimos 70 anos com base na igualdade, respeito mútuo e confiança.

"Washington, recusando-se a implementar acordos previamente alcançados, apresenta continuamente exigências novas, cada vez mais rigorosas e obviamente inaceitáveis", lê-se na primeira página do Rodong Sinmun. "A Rússia sempre apoiou e continuará a apoiar a República Popular Democrática da Coreia e o heroico povo coreano na sua oposição ao inimigo insidioso, perigoso e agressivo."

Putin garante que a União Soviética foi a primeira a reconhecer a República Popular Democrática da Coreia (RPDC), fundada pelo avô de Kin Jong Un, Kim Il-sung, quase dois anos antes da Guerra da Coreia de 1950. Os meios de comunicação sociais norte-coreanos também publicaram artigos de elogio à Rússia, onde apoiavam as operações militares na Ucrânia, chamando-as de "guerra sagrada de todos os cidadãos russos".

"O povo coreano estará sempre ao lado do governo e do povo russo, estendendo o total apoio e solidariedade à sua luta para defender a soberania nacional e os interesses de segurança", disse a agência de notícias norte-coreana KCNA, num comentário.

A visita de estado de Vladimir Putin, desta terça-feira, ocorre enquanto os Estados Unidos acusam a Coreia do Norte de ter fornecido "dezenas de mísseis balísticos e mais de 11 mil contentores de munições à Rússia" para uso em solo ucraniano. A Coreia so Sul, um forte aliado dos EUA, levantou preocupações semelhantes.

Na passada segunda-feira, a Casa Branca revelou-se preocupada com o aprofundamento do relacionamento entre a Rússia e a Coreia do Norte. O Departamento dos EUA disse que era "bastante certo" que Putin iria procurar armas para apoiar os seus militares na Ucrânia, visto que estavam a ver Putin a "ficar incrivelmente desesperado nos últimos meses". Contudo, Moscovo e Pyongyang negaram transferências de armas.

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