Sábado – Pense por si

Puigdemont: É "insustentável" realizar eleições com "candidatos presos"

O presidente deposto da Catalunha diz que o independentismo deve "mudar de estratégia" porque o Governo central "não cumprirá as regras da democracia".

Carles Puigdemont

Oito dos dez independentistas detidos — entre os quais o ex-vice-presidente catalão, Oriol Junqueras — são candidatos às próximas eleições na Catalunha. Para o presidente deposto da Catalunha, Carles Puidgemont, é "insustentável" esta situação e quer que o Supremo Tribunal decida a libertação dos candidatos que ainda se encontram presos. 

"Estão presos por razões políticas, e se finalmente forem libertados é porque é insustentável que haja eleições com uma grande parte dos candidatos na prisão", afirmou Puigdemont este sábado, perante uma plateia de 500 pessoas no festival anual do jornal flamengo 'De Standaard'.

A decisão será tomada esta segunda-feira pelo juiz do Supremo Tribunal espanhol, que deliberará o destino e condições dos oito ex-ministros regionais catalães e dois líderes de associações separatistas que actualmente aguardam julgamento em prisão.

Segundo fontes judiciárias, o juiz Pablo Llorena comunicou aos advogados da defesa que deverá anunciar a sua decisão na segunda-feira. Durante a manhã deste sábado ouviu, um a um, os dez detidos acusados de crimes de rebelião, secessão e peculato.

A confirmar-se, a decisão será tomada um dia antes do início da campanha eleitoral para as eleições regionais da Catalunha, marcadas para 21 de Dezembro.

Os oito conselheiros (ministros regionais) e os dois líderes de associações cívicas separatistas querem seguir os passos da presidente do parlamento catalão, libertada a 10 de Novembro último, depois de ter pago uma fiança de 125.000 euros. No recurso contra a prisão preventiva, apresentado no início da semana, os detidos afirmavam que aceitavam as consequências do artigo 155º. da Constituição, concordando que a declaração unilateral de independência (aprovada em 27 de Outubro último) teve apenas um valor político.

Os conselheiros foram presos preventivamente no final da primeira audiência no tribunal e depois de Carles Puigdemont e mais quatro membros do seu gabinete se terem refugiado na Bélgica, argumentando não confiar na democracia espanhola.

Governo central "não cumprirá as regras de democracia", admite Puigdemont

O presidente deposto da Catalunha diz que não foi aplicada a lei da Transitoriedade, documento que enquadra uma eventual declaração unilateral de independência por parte da Catalunha, graças à "reacção abusiva" de Madrid.

Ainda em declarações ao jornal belga De Standaard, Puigdemont diz que o independentismo deve mudar de estratégia porque o Governo central "não cumprirá as regras da democracia". "[Na altura da declaração unilateral da independência] fazia falta muitas condições [para aplicar a lei da Transitoriedade]. Tem havido uma reacção abusiva do Estado", disse.

Qual será a prioridade das eleições de dia 21 de Dezembro? "Recuperar as instituições catalãs", frisa, admitindo que o independentismo deve "mudar de estratégia".

Além disso, o antigo líder da Generalitat diz que a proclamação unilateral da República catalã, do dia 27 de Outubro, "tinha algo de simbólico e político". "Não há um botão para se ser independente automaticamente", continuou.

Puigedmont
Puigedmont
Puigedmont
Puigedmont
Puigedmont
Puigedmont
Puigedmont
Puigedmont
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.