Mark Rutte assumirá as funções de secretário-geral a partir de 1 de outubro de 2024, data em que termina o mandato de Stoltenberg, após dez anos à frente da Aliança.
Mark Rutte, primeiro-ministro holandês, foi escolhido como secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), esta quarta-feira pelos aliados na NATO.
REUTERS/Denis Balibouse
"O Conselho do Atlântico Norte decidiu nomear o primeiro-ministro holandês Mark Rutte como o próximo secretário-geral da NATO, sucedendo a Jens Stoltenberg", declarou a NATO em comunicado. "Rutte assumirá as suas funções de secretário-geral a partir de 1 de outubro de 2024, data em que termina o mandato de Stoltenberg, após dez anos à frente da Aliança."
Mark Rutte era o único candidato ao cargo, após a desistência de Klaus Iohannis, presidente da Roménia, a 20 de junho. Logo após declarar interesse no cargo, o primeiro-ministro holandês obteve imediato apoio dos membros importantes da aliança, incluindo os Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha.
O seu antecessor já veio saudar a seleção de Mark Rutte: "Mark é um verdadeiro transatlanticista, um líder forte e um construtor de consensos", afirmou. "Sei que deixo a NATO em boas mãos."
A partir de 1 de outubro, Mark Rutte terá de enfrentar o desafio de manter o apoio dos aliados à luta da Ucrânia contra a invasão russa, e a possibilidade de Donald Trump, que é cético em relação à NATO e quer acabar com os apoios à Ucrânia, de regressar à Casa Branca em novembro.
Quem é Mark Rutte?
Mark Rutte é um forte crítico do presidente russo, Vladimir Putin, e um firme aliado da Ucrânia, que aperfeiçoou as suas capacidades como negociador político durante quase 14 anos como primeiro-ministro dos Países Baixos.
Desde a invasão russa à Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, tem sido uma das forças por detrás do apoio militar da Europa à Ucrânia, afirmando que a derrota da Rússia é vital para garantir a paz na Europa. O seu ponto de vista foi fortemente influenciado pelo abate de um avião sobre a Ucrânia em 2014, que os Países Baixos atribuem à Rússia, no qual 196 das 298 vítimas eram holandesas.
"A NATO tem de ser poderosa para contrariar Moscovo e os outros líderes da União Europeia não devem ser ingénuos em relação à Rússia de Putin", afirmou, em setembro de 2022 nas Nações Unidas. "Ele não vai parar na Ucrânia se não o impedirmos agora. Esta guerra é maior do que a própria Ucrânia. Trata-se de defender o estado de direito internacional."
Após o abate do voo MH17, Rutte passou de uma posição essencialmente interna a um dos principais negociadores da União Europeia, desempenhando um papel importante nos debates europeus sobre a imigração, a dívida e a resposta à Covid-19.
Sob a sua liderança, os Países Baixos aumentaram as despesas com a defesa para mais do que o limiar de 2% do PIB exigido aos membros da NATO, fornecendo caças F-16, artilharia, drones e munições à Ucrânia e investindo fortemente nas suas próprias forças armadas.
Mark Rutte, que vai demitir-se formalmente do cargo de primeiro-ministro, cimentou a sua candidatura a novo chefe da NATO no ano passado, ao co-liderar uma coligação internacional que irá entregar caças F-16 à Ucrânia e treinar pilotos ucranianos.
Nos últimos meses do seu mandato, assinou também um pacto de segurança de 10 anos com a Ucrânia, garantindo o apoio dos Países Baixos.
O novo líder da NATO é visto como um dos mais bem-sucedidos da União Europeia a lidar com Donald Trump, que é candidato a presidente dos Estados Unidos, uma vez que o seu possível regresso tem preocupado os líderes da NATO por meter em causa a vontade de Washington de apoiar os outros membros da Aliança de defesa em caso de ataque à Ucrânia.
Na Conferência Anual de Segurança de Munique, realizada no ano passado, Mark Rutte afirmou que os líderes deveriam parar de "gemer e choramingar sobre Trump" e gastar mais na defesa e na produção de munições, independentemente de quem ganhasse as eleições nos Estados Unidos.
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