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Primeiro-ministro do Iraque demite-se na sequência de violentos protestos

29 de novembro de 2019 às 13:23
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Adel Abdul Mahdi anunciou que vai apresentar a demissão ao parlamento para permitir que seja escolhido um novo governo.

O primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdul Mahdi, anunciou esta sexta-feira que vai apresentar a demissão ao parlamento para permitir que seja escolhido um novo governo, avança a Reuters.

O anúncio surge na sequência de um pedido ao hemiciclo, esta sexta-feira, por parte do principal clérigo xiita do Iraque, o grande ayatollah Ali al-Sistani, para que fosse retirada a confiança ao primeiro-ministro. "O parlamento do qual o atual governo emergiu é chamado a reconsiderar a escolha que fez e a agir no interesse do Iraque, para preservar o sangue dos seus filhos e impedir que o país caia na violência, caos e destruição", indica o sermão de Sistani, figura tutelar da política iraquiana, lido em Karbala por um dos seus representantes, Ahmed al-Safi.

"Em resposta ao pedido, e para o facilitar o mais rápido possível, vou apresentar ao parlamento a minha demissão da liderança do atual governo", disse Abdul Mahdi em comunicado.

Na sequência deste anúncio, a multidão que se encontrava concentrada na praça Tahir, no centro de Bagdad, explodiu de alegria, referiu um jornalista da agência noticiosa AFP presente no local.

O Iraque tem sido palco de violentos protestos desde o início de outubro, quando começaram os protestos para pedir a "queda do regime". Esta quinta-feira, 40 manifestantes foram mortos pelas forças de segurança enquanto exigiam a resignação do governo.

As manifestações de protesto têm ocorrido sobretudo nas praças Tahrir e Khilani, na capital iraquiana, e nas províncias predominantemente xiitas do sul, contando com uma dura repressão das forças de segurança iraquianas.

Além dos perto de 400 mortos, fontes médicas e de segurança, dão conta de cerca de 15.000 feridos, na sua maioria manifestantes.

A contestação decorreu até agora em duas fases. A primeira, entre 1 e 6 de outubro provocou, segundo números oficiais, 157 mortos, quase todos manifestantes. A segunda começou no dia 23 à noite, por ocasião de uma importante peregrinação xiita.

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