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Presidente suíça a caminho dos EUA para entregar proposta "mais atrativa" a Trump

05 de agosto de 2025 às 13:32
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O Governo suíço está determinado a diminuir as tarifas de 39% anunciadas por Trump - uma das taxas mais penalizadoras apresentadas pela Casa Branca. Ainda não se sabe o que a Presidente poderá conceder.

A Suíça está determinada a ficar fora do radar das tarifas mais penalizadoras da administração Trump. A Presidente do país, Karin Keller-Sutter, tem voo marcado para esta terça-feira com destino a Washington, num último esforço para conseguir evitar as taxas aduaneiras de 39% impostas pelo líder norte-americano na semana passada - antes que o prazo estabelecido para os parceiros comerciais dos EUA chegarem a um acordo com a Casa Branca chegue ao fim. 

O Governo suíço descreve esta viagem como uma forma de "facilitar encontros com as autoridades dos EUA a curto-prazo" e refere que vai ser apresentada uma "proposta mais atrativa". No entanto, o gabinete da Presidente do país não esclarece se Keller-Sutter vai reunir com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, nem que concessões vai levar para cima da mesa de negociação. A implementação de tarifas de 39% à entrada de produtos suíços em território dos EUA representou um volte-face para Berna, que considerava que as conversações com Washington estavam a encaminhar-se para um bom desfecho. De acordo com a Bloomberg, caso as taxas aduaneiras acabem por ficar nesta magnitude, 1% da economia suíça pode estar ameaçada no médio-prazo. Berna assinala que as tarifas anunciadas a 31 de julho iriam abranger cerca de 60% das exportações suíças para os EUA, o que, sublinha, significaria que a Suíça enfrentaria taxas alfandegárias muito superiores a outros parceiros comerciais comparáveis dos Estados Unidos, citando os casos da União Europeia (15%), Reino Unido (10%) e Japão (15%).

O Governo suíço frisa também que o excedente comercial do país face à maior economia mundial não resulta de "quaisquer práticas injustas de concorrência" e lembra que desde 1 janeiro de 2024 a Suíça aboliu as tarifas sobre todos os produtos industriais. Isto, salienta, "significa que mais de 99% dos bens oriundos dos EUA podem ser exportados para a Suíça sem qualquer taxa aduaneira".

No ano passado, a Suíça importou 25 mil milhões de bens dos EUA e exportou 63,3 mil milhões de dólares território norte-americano - um valor que representa um sexto do total das exportações do país. O excedente comercial com os EUA cifrou-se nos 38,3 mil milhões de dólares, um número que Donald Trump está determinado a diminuir com o país europeu e com o resto dos seus parceiros comerciais. No entanto, nos primeiros cinco meses do ano, os EUA reforçaram a sua dependência comercial face à suíça e os valores já superam os do ano passado. Entre janeiro e maio, o país importou 71,8 mil milhões em bens, enquanto as exportações alcançaram os 23,9 mil milhões, colocando o défice comercial em 47,9 mil milhões - bastante superior do ano passado, com base em dados oficiais do gabinete dos censos dos EUA. 2012 foi mesmo o último ano em que os EUA tiveram um excedente comercial com o país europeu.

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