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PCP condena Pyongyang se forem reconhecidas provocações dos EUA

14 de julho de 2017 às 16:49
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Jerónimo de Sousa defendeu também a necessidade de estabilidade na Venezuela

O secretário-geral do PCP assumiu hoje preocupação com a situação na península coreana, admitindo o voto favorável à condenação das acções bélicas do regime de Pyongyang, desde que sejam reconhecidas provocações dos Estados Unidos da América na região.

Recentemente, a tensão entre Coreia do Norte e EUA tem-se agravado. Ambos os países têm trocado acusações e provocações. A Coreia do Norte tem realizado sucessivos testes de misseis, já os Estados Unidos da América estão a negociar com a China sobre as medidas contra o programa nuclear norte-coreano.

A República da Coreia do Norte já declarou, no passado, que está preparada para responder a qualquer acção agressiva dos Estados Unidos.

Em entrevista à agência Lusa, que será divulgada no domingo, Jerónimo de Sousa defendeu ainda a necessidade de estabilidade na Venezuela, até para bem da comunidade portuguesa, reiterando solidariedade com a Revolução Bolivariana, embora recordando que o partido maioritário daquele Governo é filiado na Internacional Socialista.

"Desde que seja um voto que não isole essa questão, mas o faça num enquadramento fronteiriço, que responsabilize essa força agressiva, permanente, que se deslocou milhares de quilómetros para ali estar, em cima de uma fronteira, para ameaçar com todo o poderio militar...", assentiu, confrontado sobre a possibilidade de um texto crítico da acção da Coreia do Norte vir a ser apreciado no parlamento português.

O líder comunista declarou que "a solução tem de ser política", num "processo de reunificação da Coreia, sem recurso à violência militar, sem intervenção estrangeira", naquela que seria "a solução ideal naquela zona do planeta", referindo-se à República Popular Democrática da Coreia, resultante da divisão da península entre a União Soviética e os Estados Unidos da América no pós-II Grande Guerra Mundial, regime agora liderado por Kim-Jong Un.

"Não estamos a falar de um míssil que a Coreia do Norte lançou, estamos a falar de um país, dos Estados Unidos, que tem capacidade para destruir seis vezes o nosso planeta - essa preocupação eu nunca ouço. Estamos a falar da necessidade da paz, de encontrar soluções políticas. Se esse voto corresponder a este quadro, não teremos dificuldade em tomar essa posição", reconheceu.

Na parte oposta do mapa-mundo, dada a recente polémica na Assembleia da República entre o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, e o vice-presidente da bancada democrata-cristã Telmo Correia, sobre um texto relativo à Venezuela, Jerónimo de Sousa afirmou que "não há, no plano ideológico, uma identificação comum - o que não invalida o direito que o povo venezuelano tem de traçar o seu futuro", referindo-se ao Partido Socialista Unido da Venezuela do actual presidente, Nicolas Maduro.

"O partido que determina a governação está filiado na Internacional Socialista", justificou, reforçando a solidariedade para com o "projecto de emancipação" e de "afirmação da independência, progresso económico e social", numa Venezuela que se "libertou de ser ali uma parte do quintal do imperialismo norte-americano".

Segundo o secretário-geral do PCP, há "uma direita mais radicalizada, que se identifica com esse grande objectivo do imperialismo, o qual não perdoa que os povos da América Latina se libertem do seu jugo... e reage ideologicamente para que a situação se encazine".

"A defesa dos interesses da comunidade portuguesa passa necessariamente por uma situação de estabilidade. Os nossos concidadãos só têm a ganhar com a evolução positiva da situação. Olhando para aquilo que está a acontecer... sem ilibar coisa nenhuma, mas calar todo o processo que envolve boicote de produtos alimentares, ataque ao Supremo Tribunal, violência num hospital ou numa creche... a própria ideologia e comunicação social dominantes transformam a vítima em responsável... Deixem o povo venezuelano decidir o seu próprio futuro", defendeu.

O falecido Hugo Chavez, chegado ao poder em 1999, viu a nova constituição venezuelana aprovada. Maduro sucedeu-lhe em 2013, mas a situação económica e social tem vindo a agravar-se em todo o país, sobretudo em tempos recentes, com crescente contestação por parte da oposição e confrontos violentos nas ruas de Caracas e outras cidades.

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