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Morte assistida aprovada pelo Parlamento britânico

Gabriela Ângelo com Leonor Riso 29 de novembro de 2024 às 21:40
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Segue-se agora a fase das alterações nas comissões parlamentares. Processo legislativo pode estar terminado em seis meses.

Cinco horas de debate intenso e emocional na Câmara dos Comuns resultaram em 330 votos a favor e 275 contra uma proposta de morte assistida que poderá permitir aos adultos com doenças terminais e mentalmente aptos pedir ajuda médica para morrer. 

morte assistida
morte assistida REUTERS

Os 330 deputados aprovaram assim o projeto de lei Adultos com Doenças Terminais (fim de vida), que pode dar a doentes terminais em Inglaterra e Gales, cujos médicos determinem que têm seis meses ou menos de vida, a possibilidade de morte assistida.  

Esta legalização é o culminar de um longo debate no país, que levado  figuras públicas com doenças terminais a defender o projeto. Foi o caso de Esther Rantzen, uma apresentadora da BBC com um cancro do pulmão em estado avançado. Numa carta aberta aos deputados antes da votação, escreveu que "de acordo com a nossa lei penal atual, a única escolha para a maioria das pessoas com doenças terminais, se estiverem perante uma morte agonizante, é entre o sofrimento, a Suíça ou o suicídio". 

Desde 1942 que a Suíça permite a morte assistida (em que é o paciente a administrar a si próprio a substância que lhe causará a morte), apesar de a eutanásia (em que é o médico a administrá-la) ser proibida por lei.

A votação não significa que a proposta será posta em ação de imediato. Ainda vai ser analisada em comissões parlamentares, onde poderão ser apresentadas alterações. Kim Leadbeater, a deputada do partido Trabalhista que apresentou a proposta, disse esperar que o processo de legalização demore cerca de seis meses.

As sondagens sugerem que a maioria dos britânicos apoia a morte assistida. 

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