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"Morreram pessoas porque os governos mentiram": Relator da ONU critica gestão da covid-19

David Kaye indica que as restrições à informação impostas por governos durante a pandemia de Covid-19 custaram muitas vidas, apresentando os exemplos de países como a China, Bielorrússia, Camboja, Irão, Egito, Índia, Myanmar e Turquia.

O relator especial das Nações Unidas para a liberdade de expressão, David Kaye, considera que as restrições à informação impostas por governos durante a pandemia de Covid-19 custaram muitas vidas.

A preocupação de David Kaye foi hoje manifestada ao Conselho de Direitos Humanos.

"Morreram pessoas porque os governos mentiram, ocultaram informações, prenderam jornalistas, não revelaram a verdadeira gravidade da ameaça ou criminalizaram indivíduos com o pretexto de que tinham divulgado informações falsas", disse Kaye ao Conselho, atualmente reunido em Genebra.

O perito acrescentou que alguns governos "preferiram proteger-se a si próprios em vez de permitir que as pessoas partilhassem informações, aprendessem sobre a epidemia ou soubessem o que as autoridades estavam ou não a fazer para as proteger".

Kaye deu o exemplo de países como a China (a fonte da pandemia), Bielorrússia, Camboja, Irão, Egito, Índia, Myanmar (antiga Birmânia) e Turquia.

O relator apelou para que estes e outros governos a facilitem o acesso à informação, por exemplo pondo termo à prática de bloquear o acesso parcial ou total à Internet e exortou-os a "absterem-se de qualquer ataque aos meios de comunicação social" e a libertarem os jornalistas detidos por cobrirem a pandemia.

Kaye também apelou para que a alegada "infodemia" (proliferação de informações sobre o coronavírus, algumas delas falsas) não fosse tratada como "um problema que pode ser resolvido pela sua criminalização".

A pandemia de Covid-19 já provocou quase 551 mil mortos e infetou mais de 12,12 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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