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Médio Oriente: Cimeira de Paris pede solução de dois Estados

Participantes da cimeira, em representação de mais de 70 países, exortaram palestinianos e israelitas a "demonstrarem o seu compromisso para uma solução a dois estados e a absterem-se de acções unilaterais"

A comunidade internacional reunida em Paris reafirmou, este domingo, o seu compromisso a favor da solução de dois Estados e disse que não ia reconhecer acções unilaterais pelos israelitas ou palestinianos, incluindo sobre fronteiras e Jerusalém.

 

No comunicado final, os participantes da cimeira, em representação de mais de 70 países, exortaram palestinianos e israelitas a "demonstrarem o seu compromisso para uma solução a dois estados [Palestina e Israel] e a se absterem de acções unilaterais que prejudiquem o resultado da negociação, nomeadamente sobre as fronteiras, Jerusalém e os refugiados".

 

O Reino Unido recusou-se a assinar o comunicado final, justificando as "reservas particulares" em relação ao encontro. "Uma cimeira contra a vontade de Israel", vincou o Reino Unido, que participou no encontro com o estatuto de observador.

Para o chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayrault, toda a resolução do conflito israelo-palestiniano deve basear-se nas fronteiras de 1967 e nas grandes resoluções das Nações Unidas. Ayrault acrescentou que é bom lembrar a base e a base é a fronteira de 1967 e as grandes resoluções das Nações Unidas, referindo-se ao texto que apela a Israel para que se retire dos territórios ocupados depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967.

 

Entretanto, o secretário de Estados norte-americano, John Kerry, garantiu ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que a conferência de Paris não terá consequências irreversíveis para Israel, nem tão pouco continuidade numa possível resolução de condenação na ONU.

 

Kerry, que participa na conferência, no que parece ser o seu último acto oficial de alto nível, telefonou a Netanyahu para lhe prometer que o documento final da reunião não referirá qualquer acção ou sanção na ONU ou outro organismo internacional até 20 de Janeiro, quando o Presidente norte-americano, Barack Obama, será substituído no cargo por Donald Trump.

 

Israel acredita que a conferência de paz, convocada pela França e na qual participaram cerca de 70 países mas sem a presença de israelitas e palestinianos, pode ser um novo elo na cadeia de pressões internacionais.