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Mamdani começa a preparar implementação de agenda política em Nova Iorque

"Estou ansioso por entregar uma cidade onde os nova-iorquinos possam esperar mais dos líderes", afirmou.

O novo autarca de Nova Iorque, Zohran Mamdani, afirmou hoje que vai começar a preparar-se para implementar a sua agenda política e também convencer os nova-iorquinos céticos com esta eleição.

Zohran Mamdani, Democrata, vence para a câmara de Nova Iorque
Zohran Mamdani, Democrata, vence para a câmara de Nova Iorque Reuters

"Devemos a esta cidade o facto de estarmos prontos no dia 01 de janeiro para começar a apresentar resultados", disse Mamdani na primeira entrevista televisiva desde que reivindicou a vitória como presidente da câmara ('mayor') da cidade mais populosa dos Estados Unidos.

"Estou ansioso por entregar uma cidade onde os nova-iorquinos possam esperar mais dos líderes", acrescentou.

Com a vitória sobre o ex-governador Andrew Cuomo e o republicano Curtis Sliwa, o democrata de 34 anos vai tornar-se em breve no primeiro presidente de câmara muçulmano da cidade, o primeiro de origem sul-asiática, o primeiro nascido em África e o mais jovem 'mayor' em mais de um século.

Mamdani enfrenta agora a tarefa de cumprir as promessas que passam por colocar tectos nas rendas, criar creches gratuitas, tornar a rede de autocarros grátis e mais rápida e de colocar um imposto sobre os mais ricos, tudo enquanto enfrenta uma administração republicana na Casa Branca com uma posição hostil.

"Estou confiante em concretizar as políticas de que fizemos campanha", sublinhou.

Mamdani também afirmou que não teve notícias do ex-governador Andrew Cuomo ou do presidente de Câmara cessante da cidade, Eric Adams, um democrata que se aproximou do Presidente republicano, Donald Trump, depois de ter estado envolvido num escândalo de corrupção.

Adams desistiu da corrida como independente para manifestar apoio à lista de Cuomo.

No discurso de vitória, Mamdani desejou a Cuomo o melhor na sua vida privada.

"Que esta noite seja a última vez que pronuncio o seu nome, enquanto viramos a página de uma política que abandona muitos e responde apenas a poucos", afirmou.

Questionado sobre os comentários de que tem sido alvo, Mamdani disse estar "bastante desiludido com a natureza do fanatismo e do racismo" nas últimas semanas.

Referiu-se também aos milhões de dólares gastos em anúncios de ataque contra si, alguns dos quais recorrendo a narrativas islamofóbicas.

Mamdani, que foi criticado durante toda a campanha por ter pouca experiência política, terá agora de começar a preparar o executivo.

"A diretiva aqui tem de ser a de garantir que é a excelência que caracteriza as pessoas com que me rodeio, tanto nas nomeações da equipa como na expetativa geral que está a ser criada para a minha Câmara Municipal", disse Mamdani.

Entre as promessas de campanha contam-se também mercearias geridas pela cidade e um novo departamento de Segurança Comunitária que enviaria trabalhadores da área da saúde mental para tratar de determinadas chamadas de emergência em vez de agentes da polícia.

Não é claro como Mamdani pagará por essas iniciativas, dada a oposição da governadora estadual democrata Kathy Hochul à medida que visa aumentar os impostos sobre os ricos.

Mamdani tem enfrentado duras críticas por parte de republicanos, incluindo do Presidente norte-americano, Donald Trump, que o consideram uma ameaça e o rosto de um Partido Democrata mais radical.

Trump ameaçou repetidamente cortar o financiamento federal à cidade caso Mamdani ganhasse as eleições.

"E assim começa!", escreveu Trump na sua rede social Truth Social.

O antigo conselheiro presidencial e ideólogo por detrás da linha política da administração Trump afirmou, numa entrevista ao site especializado Politico, que a eleição de Mamdani devia preocupar os republicanos.

"Esta noite deve ser uma chamada de atenção para o movimento nacionalista populista do Presidente Trump", salientou Steve Bannon.

Mais de dois milhões de nova-iorquinos votaram nas eleições, a maior participação numa corrida para presidente da câmara em mais de 50 anos, de acordo com a Comissão Eleitoral da cidade.

Salazar ainda vai ter de esperar

O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.