Entre 1996 e 2007, Mikhail Rogachev trabalhou para a Yukos, liderada pelo Mikhail Khodorkovsky que foi posteriormente preso por se opor a Putin.
Mikhail Rogachev, de 64 anos, foi encontrado morto pelos espiões de Putin depois de cair da janela da sua casa em Moscovo, que se encontrava a 33 metros de altura, no 10.º andar. O oligarca foi vice-presidente da petrolífera Yukos, forçada a fechar portas por defender posições contrárias às de Putin.
Os meios de comunicação locais estão a avançar que se deverá ter tratado de um suicídio, uma vez que os agentes da SVR dizem ter encontrado um bilhete dentro de casa e que Mikhail Rogachev sofria de cancro. Porém, esses relatos foram contrariados pelos seus familiares e amigos mais próximos. Alguns familiares referiram não existirem quaisquer sinais de que o oligarca fosse suicida e que pouco antes da sua morte se encontrava de "bom humor".
Mikhail Rogachev fez carreira enquanto empresário em algumas das principais empresas russas da era pós-soviética. Entre 1996 e 2007, trabalhou para a Yukos, liderada pelo opositor Mikhail Khodorkovsky, que foi posteriormente preso por se opor a Putin. Em 2007, a empresa foi encerrada pelo regime russo. No mesmo ano o oligarca tornou-se vice-diretor da empresa de mineração e metalurgia Norilsk Nickel, liderada pelo homem mais rico da Rússia Vladimir Potanin. Mikhail Rogachev foi também diretor executivo de inovação no fundo de investimento privado Onexim Gropu. Em 2013, foi perdoado por Putin.
Mikhail Rogachev junta-se a uma já longa lista de mortes inexplicáveis de importantes figuras russas desde o início da invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022. Ravil Maganov, magnata da Lukoil, caiu de uma janela da clínica do Kremlin em setembro de 2022 e os meios de comunicação locais rapidamente trataram o caso como um suicídio, apesar de não existirem provas e do local onde ocorreu o incidente não estar coberto pelas câmaras de vigilância do hospital.
Já em outubro de 2023 Vladimir Nekrasov, o substituto de Rogachev, morreu por "insuficiência cardíaca aguda" e no mês seguinte o senador Vladimir Lebedev, também com ligações à Lukoil, morreu do que foi classificado como "ataque cardíaco". E em março deste ano, Vitaly Robertus, o ex-presidente da Lukoil, também foi encontrado morto.
No entanto, as mortes não ficam limitadas à Lukoil. Em dezembro de 2023, Vladimir Egorov, importante aliado de Putin, morreu depois de saltar de uma janela no terceiro andar e o corpo foi encontrado no seu quintal. Egorov era especialmente influente na região de Tobolsk, cidade rica em petróleo, no oeste da Sibéria. No mesmo mês, mas uns dias antes, a vice-editora de um jornal de propaganda russa foi encontrada morta com apenas 35 anos: Anna Tsareva morreu cerca de um ano depois da morte do seu chefe Vladimir Sungorkin.
No início de 2024, a editora-chefe da televisão estatal, Zoya Konovalova, foi encontrada morta depois de uma suspeita de envenenamento. Em junho, a juíza Natalia Larina caiu de um prédio em Moscovo. Natalia Larina era famosa por lidar com casos políticos de alto nível, punindo vários traidores do Kremlin.
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