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"Eles não estão a queimar apenas as nossas coisas e as nossas casas, estão a queimar as pessoas também", relata.
Luísa Patrício, 23 anos, moçambicana a viver há quatro na África do Sul, quase morreu atacada por alguém que pensava ser de um "povo irmão".
"Eles atearam fogo em casa da minha vizinha e aí eu percebi. Algumas pessoas aconselharam-nos a fugir" e assim foi.
No dia 01 de setembro, Luísa e a irmã refugiaram-se na esquadra mais próxima, em Mbombela (cidade também conhecida por Neilspruit), a 200 quilómetros de Maputo.
"A minha irmã e eu fugimos e levei comigo apenas o telefone. Perdi tudo. Eles queimaram tudo", conta a jovem.
Ela e a irmã fazem parte do primeiro grupo de moçambicanos que voluntariamente regressaram ao país natal, com o apoio do Estado.
A Lusa encontrou-as num ponto de acolhimento em Moamba, junto à estrada que liga Maputo à fronteira de Ressano Garcia onde desde quinta-feira estão a ser recebidos os emigrantes que fogem à violência na África do Sul, antes de serem encaminhados para as suas localidades de destino.
O medo transparece em toda a descrição dos últimos dias.
"Eles não estão a queimar apenas as nossas coisas e as nossas casas, estão a queimar as pessoas também. Se eles te encontram a voltar do serviço, eles queimam-te. Eles dizem que nós estamos a tirar-lhes o trabalho", acrescentou.
Luísa e a irmã emigraram ilegalmente para a África do Sul como muitos moçambicanos que tentam fugir da pobreza.
Já trabalhou como cabeleira e como vendedora informal de comida nas ruas de Mbombela e diz que agora passou por um pesadelo.
Pedro Júnior, 33 anos, moçambicano proveniente de Maputo, estava há oito meses a trabalhar como serralheiro na África do Sul e também está entre os que decidiram voltar ao país de origem.
"Acordei no dia 03 para ir trabalhar e nem cheguei ao serviço porque eles perseguiram-me. Então, tive de correr", narra o jovem moçambicano, emigrante ilegal na região de Guateng.
Quando percebeu que a sua vida estava em perigo, também correu até à esquadra mais próxima.
"Desde dia 02 estivemos todos na esquadra", observou Pedro Júnior, apontando para outros em redor.
E queixa-se de que a polícia sul-africana está a lidar com o problema de ânimo leve.
"O que mais me irritou foi o facto de a polícia não conseguir reagir. Eles deixam as pessoas fazer estragos. Não somos irmãos?" - questionou o jovem moçambicano, cuja casa foi incendiada.
"Voltar para a África do Sul, nunca mais. A ideia agora é tentar lutar aqui", garante Luísa Patrício.
O primeiro grupo de moçambicanos repatriados chegou a Moamba na noite de quinta-feira.
São cerca de 138 pessoas que estão a ser assistidas num centro de trânsito e que nas próximas 72 horas deverão ser levados às suas terras de origem.
Desde 01 de setembro, pelo menos 12 pessoas morreram, vítimas de ataques xenófobos na África do Sul, entre as quais um estrangeiro cuja nacionalidade não foi revelada.
De acordo com dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros moçambicano, mais de 400 moçambicanos manifestaram interesse em regressar ao país natal desde os primeiros episódios de violência.
Luísa, moçambicana, fugiu enquanto lhe queimavam a casa na África do Sul
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