O vice-presidente dos Estados Unidos esteve presente na cimeira de Inteligência Artificial em Paris e considerou-a um investimento que trará benefícios, mas que está “estrangulada” por regulamentações.
JD Vance teve a sua estreia internacional como vice-presidente dos EUA na cimeira de Inteligência Artificial (IA) em Paris esta terça-feira, 11. No seu discurso de 16 minutos, alertou os líderes mundiais e os investidores da indústria da tecnologia para o facto de uma "regulamentação excessiva" limitar esta indústria em rápido crescimento, numa repreensão aos esforços europeus para limitar os seus riscos.
Michel Euler/AP
A crítica foi dirigida à União Europeia, que tem vindo a adotar uma regulamentação pesada com empresas de tecnologia dos Estados Unidos. Durante a cimeira, a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen sublinhou que "a IA precisa da confiança das pessoas e tem de ser segura", detalhando as orientações da UE destinadas a normalizar a Lei da IA criada pelo bloco europeu, mas reconheceu as preocupações com a carga regulamentar.
"Ao mesmo tempo, sei que temos que facilitar e reduzir a burocracia e vamos fazê-lo", acrescentou. Von der Leyen anunciou ainda que a iniciativa "InvestAI" atingiu um total de 200 mil milhões de euros em investimento em IA em toda a Europa, incluindo 20 mil milhões de euros dedicados a gigafábricas de IA.
O vice-presidente dos EUA irá participar numa conferência de segurança em Munique no final desta semana, e está a tentar projetar o novo estilo de diplomacia de Trump. Aos olhos da administração Trump, a IA terá implicações "revolucionárias" não só na área da inovação económica, mas na criação de emprego, na segurança nacional, nos cuidados de saúde, na liberdade de expressão. "Temos a certeza de que a IA deve permanecer livre de preconceitos ideológicos e que a IA americana não deverá ser convertida num instrumento de censura autoritária", acrescentou JD Vance.
Outra questão levantada por Vance foi o facto de a IA nos Estados Unidos não servir para substituir o trabalho do ser humano, mas sim torná-lo mais "produtivo", tornando os trabalhadores "mais prósperos e livres".
O pedido de colaboração veio como moeda de troca de uma redução nas regulamentações, dando a entender que os EUA não querem embarcar na revolução da IA sozinhos, mas sim "fazer parcerias com todos vós", falando com os representantes das nações presentes no público. "Queremos entrar num espírito de abertura e colaboração, mas para criar esse tipo de confiança precisamos de regimes regulamentares internacionais que promovam a criação de tecnologia de IA em vez de a estrangularem", acrescentou.
A preocupação com os perigos da IA pairou sobre a cimeira, especialmente num momento em que os Estados debatem como irão regular uma tecnologia que está cada vez mais ligada à questão da defesa.
Recentemente um grupo de investidores, liderado por Elon Musk, que irá gerir o Departamento de Eficiência Governamental de Trump, fez uma oferta de cerca de 93 mil milhões de euros para adquirir a organização por detrás da OpenAI.
O CEO da OpenAI, Sam Altman, que também estava presente na cimeira, rapidamente recusou a oferta através do X, oferecendo-se a comprar o "Twitter" por 9.74 mil milhões de dólares (9,4 mil milhões de euros).
Pressionado sobre a regulamentação da IA, Altman também rejeitou a necessidade de mais restrições na Europa. "Não. Não. Quero dizer, os europeus podem decidir o que quiserem fazer, mas não têm de regulamentar mais", disse à Sky News, acrescentando que "os europeus têm de tomar decisões sobre como equilibrar as potencialidades da IA e os riscos potenciais da IA".
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.