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Finlândia não quer ter bases militares da NATO no seu território

Débora Calheiros com Leonor Riso 19 de maio de 2022 às 15:47
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A primeira-ministra esclareceu em Roma que não é do interesse do país nem do interesse da NATO que já sejam colocadas bases militares ou armamento nuclear.

Sanna Martin, primeira-ministra da Finlândia, está de visita a Itália para se reunir com o seu homólogo. Em declarações ao jornal italianoCorriere dela Sera, disse que a candidatura à NATO não significa que o país tenha interesse em ter armamento nuclear ou bases militares no seu território.

Roni Rekomaa\REUTERS

A primeira-ministra defende que a candidatura à NATO "é um ato de paz e não um ato de guerra" com o objetivo de "garantir que nunca haverá guerra em solo finlandês". Avançou ainda: "Ninguém nos vai impor armas nucleares ou bases permanentes se não as quisermos. Esta questão não está na agenda [das negociações de adesão]. Não acho que haja qualquer interesse em instalar armas nucleares ou estabelecer bases da NATO na Finlândia".

Para além disso, Sanna Martin relembrou também que o país já gasta "mais de 2% do PIB em defesa": "Durante décadas, investimos bastante na nossa segurança."

O nível de investimento deveu-se "precisamente ao enorme e agressivo vizinho que temos nas nossas fronteiras". A fronteira que a Finlândia partilha com a Rússia tem um comprimento de 1.300 quilómetros.

A primeira-ministra revelou ainda que a NATO também "não tem interesse em colocar bases de armas nucleares na Finlândia".

A Finlândia, juntamente com a Suécia, apresentou o pedido formal de adesão à NATO no dia 18. As afirmações da primeira-ministra finlandesa são importantes no seguimento da reação russa ao pedido de adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança do Atlântico Norte. Moscovo afirmou que vai ser obrigada a "retaliar" se forem instaladas bases da NATO nos países Bálticos.

A Turquia é o país pertencente à Aliança do Atlântico Norte que mais tem apresentado objeções ao processo de candidatura, por considerar que os países nórdicos dão abrigo a indivíduos ligados a grupos que considera terroristas.

A primeira-ministra finlandesa disse também esperar que as divergências com a Turquia podem ser resolvidas através do diálogo. "Nesta fase é importante manter a calma, ter discussões com a Turquia e com todos os outros países membros, respondendo às perguntas que possam existir para corrigir quaisquer mal-entendidos", reforçou. 

Já a primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, tinha afirmado que o país não quer bases permanentes da NATO nem armas nucleares no seu território.

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