"O Presidente [Donald Trump] está a falar de eliminar o programa DACA, um discurso que só serve para alimentar a besta do racismo", disse Cuomo durante um ato público.
O governador, que fez estas declarações pouco depois do anúncio sobre a eliminação deste programa por parte do procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, lamentou que a Casa Branca tenha declarado guerra aos imigrantes e denunciou que "não é a qualquer imigrante, não é aos brancos, só aos negros e latinos".
"O racismo é um cancro no sistema político que põe uma parte da nossa sociedade contra a outra, e medidas como esta são a principal ameaça com que nos confrontamos, enquanto nação", acrescentou Cuomo.
Antes de participar no ato público, o governador já tinha anunciado, na sua conta oficial da rede social Twitter, a intenção de recorrer à Justiça se Trump fosse em frente com a eliminação do programa do seu antecessor, Barack Obama, baptizado como "Deferred Action for Childhood Arrivals" (Ação Diferida para Imigração Infantil), graças ao qual cerca de 800.000 jovens indocumentados puderam travar a sua expulsão do país, obter vistos temporários de trabalho e, em alguns casos, carta de condução.
"Nova Iorque não vai demonizar a diversidade. Não vamos ficar de braços cruzados enquanto 42.000 nova-iorquinos são deportados. Se o Presidente Trump eliminar o DACA, iremos para os tribunais", escreveu Cuomo num 'tweet'.
A Casa Branca anunciou hoje o fim do programa aprovado em 2012, embora a suspensão da sua aplicação só se torne efectiva daqui a seis meses, para obrigar o Congresso a encontrar uma alternativa.
"Estou aqui para anunciar que o programa DACA, promulgado pelo Governo de Barack Obama, vai ser eliminado", anunciou em conferência de imprensa o procurador-geral, um dos membros do executivo de Trump com posições mais duras em matéria de imigração.