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Na terça-feira Trump referiu que está a planear o fim das sanções contra a Síria "para lhes dar uma chance de grandeza". Em causa estará a facilitação do acesso dos norte-americanos ao petróleo sírio e a normalização das relações com Israel.
Os Estados Unidos e a Arábia Saudita assinaram, na terça-feira, um acordo para a venda de armas no valor de 142 mil milhões de dólares (127 mil milhões de euros) que foi promovido pela Casa Branca como o "maior acordo de venda de Defesa da história".
Alex Brandon/ AP
Este foi o primeiro acordo alcançado durante a viagem de Donald Trump ao Médio Oriente com o objetivo de conseguir demonstrar o seu poder para influenciar a região e conseguir importantes parcerias económicas. Sobre o acordo de armas os detalhes permanecem vagos, mas a Casa Branca já referiu que inclui planos para aumentar as vendas de mais de uma dúzia de empresas de defesa dos Estados Unidos em armas, equipamentos e serviços nas áreas da força aérea e capacidades espaciais, defesa aérea e mísseis e segurança de fronteiras marítimas.
Durante o almoço de terça-feira, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita prometeu investir 600 mil milhões de dólares nos Estados Unidos, incluindo 20 mil milhões em centros de dados de inteligência artificial, turbinas a gás e outros equipamentos de energia no valor 14,2 mil milhões de euros e quase 5 mil milhões em jatos Boeing 737-8.
A Casa Branca confirmou também na terça-feira que Trump se vai reunir com o novo líder da Síria, Ahmed al-Sharaa, que conseguiu derrubar Bashar al-Assad em 2024. O encontro informal será o primeiro presencial entre um presidente dos Estados Unidos e um líder sírio desde 2000, altura em que Bill Clinton se encontrou com Hafez al-Assad em Genebra.
Num fórum sobre investimentos na terça-feira, depois de uma conversa com Mohammed bin Salman, primeiro-ministro da Arábia Saudita, e Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, Trump referiu que está a planear o fim das sanções à Síria: "Ordenarei o fim das sanções para lhes dar uma chance de grandeza".
Ao que parece, Ahmed al-Sharaa já deu a entender aos Estados Unidos que o levantamento das sanções pode abrir o caminho ao petróleo sírio e à construção de uma Trump Tower em Damasco e apesar de não existir nenhum acordo oficial a Síria já celebra: "É assim que se conquista o coração e a mente dele", afirmou Radwan Ziadeh, escritor e ativista sírio próximo do presidente, enquanto apresentava uma maquete inicial da Trump Tower. Além disso, pode estar também em causa a desmilitarização da zona próxima das Colinas de Golã, o que daria força às reivindicações do Israel sobre o território que ocupa desde 1967, e o reconhecimento diplomático de Israel.
Esta é uma viagem que pretende reformular a política norte-americana para o Médio Oriente, através da lógica "America first" (América primeiro) uma vez que Trump dá prioridade aos interesses económicos norte-americanos em detrimento das alianças diplomáticas do país. No entanto, alguns críticos têm referido que este tipo de acordos beneficiam as empresas de Trump e um pequeno grupo de empresários próximos dele que têm interesses comerciais nos países do Golfo, o que gera um conflito de interesses.
Na quinta-feira, Trump deve visitar os Emirados Árabes Unidos antes de seguir para o Qatar. Ainda que a sua agenda para esta semana não esteja clara, uma vez que também se disponibilizou para, na quinta-feira, se encontrar com Putin e Zelensky em Istambul para promover negociações diretas.
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"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".