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EUA e aliados acusam Coreia do Norte e Rússia de violarem sanções da ONU

Lusa 30 de maio de 2025 às 11:10
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As acusações divulgadas quinta-feira constam do primeiro relatório desde que os países se uniram para fiscalizar as sanções contra a Coreia do Norte.

Os Estados Unidos e dez aliados afirmaram que a cooperação militar entre Rússia e Coreia do Norte viola flagrantemente as sanções da ONU e tem ajudado Moscovo a intensificar os ataques com mísseis contra cidades ucranianas.

REUTERS/Stringer

As acusações divulgadas quinta-feira constam do primeiro relatório desde que os países se uniram para fiscalizar as sanções contra a Coreia do Norte.

Isto após a Rússia ter vetado uma resolução, em março de 2024, para manter a monitorização por um painel de especialistas do Conselho de Segurança da ONU. Este grupo emitia relatórios sobre violações das sanções por Pyongyang desde 2010.

O documento de 29 páginas, produzido pela Equipa Multilateral de Monitorização de Sanções, composta por EUA, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Países Baixos, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Reino Unido, afirmou que a Coreia do Norte e a Rússia se envolveram em "inúmeras atividades ilegais" explicitamente proibidas por resoluções da ONU.

No relatório, os autores indicam que Pyongyang transferiu armas e outro material via marítima, aérea e ferroviária, incluindo artilharia, mísseis balísticos e veículos de combate, para uso da Rússia na guerra na Ucrânia.

A Rússia transferiu sistemas de defesa aérea para a Coreia do Norte e as forças russas treinaram tropas norte-coreanas destacadas para apoiar a guerra na Ucrânia, de acordo com esta equipa.

Moscovo também forneceu produtos petrolíferos refinados à Coreia do Norte, excedendo em muito o limite anual previsto nas sanções das Nações Unidas, além de manter relações entre bancos, numa violação aos castigos impostos.

Os 11 países afirmaram que esta cooperação é ilegal e "contribuiu para a capacidade de Moscovo aumentar os ataques com mísseis contra cidades ucranianas, incluindo ataques direcionados contra infraestruturas civis críticas".

A cooperação bilateral proporcionou à Coreia do Norte recursos para financiar programas militares e de mísseis balísticos proibidos e permitiu aos mais de 11 mil soldados norte-coreanos destacados juntos de tropas russas desde outubro adquirirem experiência de combate, afirma-se no documento.

O relatório cobre o período entre 01 de janeiro de 2024 e 30 de abril de 2025 e aponta provas de que a Rússia e a Coreia do Norte pretendem aprofundar ainda mais a cooperação militar.

É ainda citado um país não identificado na equipa, que relata que navios de carga com bandeira russa transportaram até nove milhões de munições para artilharia e lançadores múltiplos de foguetes da Coreia do Norte para a Rússia em 2024.

O relatório inclui imagens de contentores, que a equipa diz serem de portos norte-coreanos e russos e de um depósito de munições na Rússia.

Ao citar um membro da equipa, que não foi identificado, o estudo afirma que Pyongyang transferiu, no ano passado, pelo menos 100 mísseis balísticos para a Rússia, que foram lançados na Ucrânia "para destruir infraestruturas civis e aterrorizar áreas povoadas como Kiev e Zaporijia".

A equipa afirmou que vai continuar a vigiar a implementação das resoluções da ONU "e a sensibilizar para as tentativas contínuas de violar e evadir as sanções". Instou, além disso, a Coreia do Norte "a envolver-se numa diplomacia construtiva".

O Conselho de Segurança impôs sanções após o primeiro teste nuclear da Coreia do Norte, em 2006, reforçando-as ao longo dos anos num total de dez resoluções que procuram — até agora sem sucesso — cortar fundos e conter os programas nucleares e de mísseis balísticos.

A última resolução de sanções foi adotada em 2017. A China e a Rússia vetaram uma resolução, apresentada pelos EUA em 2022, que teria imposto novas sanções devido a uma série de lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais.

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