Nos primeiros dois mandatos presidenciais Putin cumpriu quatro anos, em cada um, à frente do Kremlin, tendo a duração dos mandatos sido ampliada para seis anos a partir de 2012.
Da longínqua Kamchatka, no leste, ao enclave de Kaliningrado, a oeste, cerca de 107 milhões de eleitores do imenso país com 11 fusos horários vão começaram a votar às 8h locais (5h em Lisboa), ainda noite de sábado no Ocidente. As últimas assembleias de voto devem encerrar hoje às 13h locais (18h em Lisboa).
As eleições ocorrem num momento em que a Rússia é alvo de sanções britânicas, em reacção ao envenenamento em Inglaterra do ex-agente duplo russo Serguei Skripal, num caso que parece ter confirmado o regresso de uma nova Guerra Fria desde o regresso de Putin ao Kremlin, em 2012.
O conflito sírio, a acusação de ingerência nas presidenciais norte-americanas e a crise ucraniana – com a anexação da península da Crimeia após o referendo de Março de 2014 – são cenários que têm justificado um crescente clima de tensão, e que implicaram no último caso a adopção de duras sanções internacionais pela União Europeia e Estados Unidos.
A última sondagem do instituto público VTsIOM dava a Putin 69% das intenções de voto, com larga vantagem face aos restantes candidatos.
Pavel Groudinine, do Partido Comunista, está creditado com 7% a 8%, e o ultranacionalista Vladimir Jirinovski deve garantir entre 5% e 6%. Os restantes cinco concorrentes terão resultados residuais.
O grande ausente da eleição presidencial é o opositor "número um" do Kremlin, Alexei Navalny, o único com capacidade de mobilizar dezenas de milhares de pessoas, acusado pelas autoridades de "repetida violação" da lei sobre a organização de manifestações e proibido de concorrer ao escrutínio devido a uma antiga condenação judicial, que considera encenada pelo Kremlin.
Com a eleição de Putin praticamente assegurada, a taxa de participação será o principal "barómetro" deste escrutínio. O Kremlin empenhou-se nesta campanha, para um objectivo que os 'media' resumiram pela fórmula "70-70": 70% de participação e 70% de votos para Putin.